Redes Sociais e o Islam

Redes Sociais e o Islam
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Plataformas para Trivialidade e Frivolidade

A “explosão digital”, o aumento crescente de usuários da Internet e o esforço para alcançar o maior número de visualizações e cliques, perseguindo manchetes intrigantes e visualizações em massa e, consequentemente, maximizando os lucros, encorajaram as redes sociais a oferecerem “produtos” que atinjam esses objetivos sem a menor seriedade na avaliação ou pesquisa sobre o impacto positivo resultante, ignorando assim todas as diretrizes, funções e objetivos da mensagem dos meios de comunicação de massa.


Sites de redes sociais como TikTok, YouTube, Facebook, Snapchat, Instagram e muitas outras plataformas de mídia social tornaram-se mundos virtuais intrigantes que atraem a maioria dos usuários da Internet de todas as idades. Essas plataformas tornaram-se os espaços mais confortáveis ​​e atraentes nos quais as pessoas se reúnem para quebrar a monotonia de suas vidas cotidianas e descansar da exaustiva luta para ganhar a vida. Foi assim que esses sites foram promovidos com facilidade e sem esforço, tirando proveito do estilo de vida moderno e acelerado. (clique aqui para ler mais sobre como o islam lida com o vício em redes sociais)

Frivolidade e ataque à ética

Quem visita esses sites verá claramente a enorme quantidade de bobagens e as frivolidades superficiais e inúteis postados neles. Milhares ou mesmo milhões de vídeos e diversos materiais de entretenimento são compartilhados nessas plataformas, a maioria voltada para a nova geração; esta geração para a qual a mídia digital e a modernidade tecnológica se tornaram parte integrante da vida cotidiana. Esses sites continuam inovando e se superando a cada dia para produzir materiais de ‘mídia e entretenimento’ de cair o queixo, em termos de trivialidade e frivolidade e, muitas vezes, de natureza moralmente degradada ou em total apagamento das questões da vida real.

Esses sites usam escândalos, sensacionalizam eventos e exploram as tragédias e sofrimentos das pessoas divulgando seus assuntos privados, difamando-os e postando vídeos que invadem sua privacidade, às vezes chegando a colocá-los no rol de “julgamento pela mídia”. Esses comportamentos invasivos da privacidade tornaram-se um meio de gerar boas ‘agendas’ para paparazzi e sites oportunistas e são percebidos apenas como meios para alcançar altas classificações e enormes receitas.

As redes sociais também exploram os desejos dos usuários de buscar o que é novo e incomum. Como resultado da perceptível perseguição ao desconhecido, banalizar o conteúdo das redes sociais tornou-se essencial e é a chave para o sucesso aos olhos dos principais idealizadores da indústria das redes sociais, com intuito de garantir a atenção adequada de seus usuários.

Um dos males mais graves de seguir essas contas triviais de redes sociais é que a maioria dos seguidores ou espectadores dos vídeos postados nelas, que exibem total superficialidade, sentem-se “cheios” e saturados com as notícias insignificantes e triviais. Consequentemente, essas pessoas ficam despreparadas para acompanhar notícias importantes e se manterem a par dos eventos vitais relacionados às suas vidas e às condições de seu país. Isso significa que as redes sociais transformam seus seguidores em pessoas à margem de sua realidade e distraídas das questões importantes de suas vidas.

Além disso, há uma luta ideológica contínua e uma violação grosseira de nossa moral, normas e tradições sociais que andam de mãos dadas com o envolvimento imersivo em sites de redes sociais, que secretamente visam adulterar os padrões das sociedades mais conservadoras.

Mahathir Mohamad, ex-primeiro-ministro da Malásia, disse em seu livro Islam and the Muslim Ummah:

“A mídia tem sua própria agenda nos tempos atuais, porque busca remodelar o mundo, e não é o mundo ou a maneira de pensar de seus líderes que moldam a cobertura da mídia. O que a mídia vê ou considera certo para o mundo é o que importa e o que é levado em consideração atualmente.”

Como resultado desse constante acompanhamento de tais mídias, a maioria dos seguidores vive uma “realidade dúbia” entre dois mundos, um real e outro virtual. Muitos deles imitam o que veem no mundo virtual – e isso vale ainda mais para os adultos do que para os jovens – sem dar atenção aos padrões morais da sociedade ou restrições legais, em busca da fama ou como fuga de uma realidade dolorosa e frustrante.

Outro resultado lamentável é que a “profissão” de criar absurdos e trivialidades tornou-se bastante lucrativa, e isso leva algumas pessoas a exibirem ocasionalmente loucura ou idiotice, e outras a fingir grandeza e humor idiota. Também encontramos alguns chamados ‘artistas’ desempenhando o mesmo papel, exibindo narcisismo e orgulho maçantes, assumindo que o dinheiro pode lhes render respeito, atenção, brilho e fama duradoura… entretanto, é uma fama falsa que se esconde atrás de ‘mentes vazias’ e intelectos desequilibrados e instáveis, mas, estes atraem grandes audiências! (clique aqui para ler mais sobre orgulho no islam)

A banalização do pensamento e a marginalização do conhecimento, da seriedade e do trabalho consistente estão entre os efeitos dessa imersão no mundo virtual. O problema é muito maior do que a mera invasão da mídia ou violação do código de ética profissional; é muito maior do que isso. Cientistas, pensadores, médicos e donos de plataformas online ‘sérias’, seja no Twitter, Instagram, Snapchat e similares, encontram pouquíssimos seguidores que desejam se beneficiar de suas ideias, opiniões e conhecimentos, enquanto dezenas de milhares, e possivelmente centenas de milhares de pessoas seguem os “banqueiros da trivialidade” nas redes sociais, o que não é um indicador positivo.

Outra consequência perigosa do uso irrestrito desses sites de fácil acessibilidade é que eles se tornaram um meio de tentação e corrupção, um espaço aberto para a exibição de corpos e um viveiro para promover a imoralidade e a depravação, como vemos em primeira mão. Vemos nudez descarada e práticas imorais que estão sendo incentivadas sob o pretexto de ‘liberdades individuais’, mas elas, na verdade, atingem o próprio cerne da ética moral das comunidades muçulmanas e destroem todos os princípios e valores de nossas sociedades.

Anotações importantes:

Primeiro: estamos generalizando, mas gostaríamos de enfatizar que existem plataformas de mídia social que fornecem ótimo conteúdo benéfico e útil, e alguns usuários desejam promover seriedade, credibilidade e integridade social, mas são em número reduzido, não têm influência real, e suas vozes dificilmente são ouvidas em meio a essas ondas gigantescas e barulhentas.

Segundo: neutralizar o impacto negativo desse tipo de mídia é feito principalmente promovendo a conscientização e destacando os efeitos destrutivos da exposição a esses absurdos. Esses esforços custariam aos proprietários de sites uma perda significativa de visualizações e, consequentemente, a perda de grandes somas da receita que geram. Eles só foram encorajados a causar essa corrupção porque encontraram quem os encorajara a causá-la.

Os pais devem ser incentivados a proteger as gerações futuras contra essa imundície e devem ‘vaciná-los’ contra essas epidemias. Devem cultivar em seus filhos o espírito de criatividade, seriedade e respeito pelo intelecto e pela humanidade. Também, devem arrancar de seus corações qualquer simpatia por aqueles que lutam contra o Islam, enquanto falam nossa própria língua e carregam nomes como os nossos.

Além disso, as leis de mídia devem ser ativadas em nossas sociedades para preservar o legado do Islam que está sendo minado e distorcido mais por dentro do que por fora.

Terceiro: Gostaríamos de afirmar que não somos contra o entretenimento, ou a exploração da curiosidade e incentivo à busca de novidades, mas nos opomos à banalização do conteúdo da mídia para se adequar a algumas mentalidades rasas e atrair adolescentes a desafios inadequados e, muitas vezes, perigosos, ou ainda, atrai-los para plataformas que promovem ideias decadentes que adulteram a ideologia e o pensamento da juventude muçulmana.

Fonte: islamweb.net


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