Como o Islam Lida com o Vício em Redes Sociais

Como o Islam Lida com o Vício em Redes Sociais
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O advento da internet foi um grande avanço; trouxe consigo uma grande revolução e tem sido uma ferramenta útil para pregadores, buscadores de conhecimento e trabalhadores em todas as áreas de benefício humano. Também provou ser um meio útil para as pessoas ociosas, mesquinhas e irresolutas, permitindo-lhes chegar ao objeto de sua busca também e, muitas vezes, através do vício nas redes sociais. No entanto, nosso foco aqui é sobre os benefícios obtidos por aqueles que trabalham na divulgação da Religião (Da’wah), aquisição de conhecimento útil e bondade.


A internet tem sido uma bênção, assim como a introdução de plataformas de mídia social como um ponto culminante dessa bênção para aqueles que fazem bom uso delas, e aproveitam para alcançar seus objetivos, disseminar conhecimentos úteis e promover a Da’wah.
É dolorosamente lamentável, porém, descobrir que algumas pessoas virtuosas e trabalhadores influentes no campo de Da’wah caíram na armadilha das mídias sociais e se tornaram viciados nelas até que estas se tornaram sua principal preocupação. Estas pessoas já não conseguem ficar longe de suas contas em redes sociais e não conseguem quebrar o ciclo e a compulsão por checar constantemente novos posts e novas curtidas. Se tornaram como alguém que escorregou na lama, quanto mais tenta sair, mais fundo cai.

Uma catástrofe: o vício em mídias sociais

Algumas pessoas boas se tornaram viciadas em mídias sociais, e isso – como diz o Sr. Muhammad Al-‘Awshan – é um desastre. Que terrível desastre, de fato, quando pessoas extremamente positivas, buscadores de conhecimento, propagadores da Mensagem de Allah e pessoas a quem recorremos por auxílio, desviam-se do conhecimento e da produção científica, da aplicação prática, da realização de objetivos sublimes e do serviço à comunidade para sucumbir ao consumismo!

É um desastre que esses indivíduos de elite evitem minimizar o tempo desperdiçado e aproveitar cada momento para se beneficiar dele e desperdiçar longas horas em atividades triviais na internet!

É um desastre que pessoas capazes de impactar e proporcionar mudanças se contentem em seguir as redes sociais, retuitar e adicionar curtidas e comentários aqui e ali!

É um desastre quando essas pessoas, a quem Allah dotou de uma parte de conhecimento, compreensão ou consciência, se preocupem em verificar suas contas do WhatsApp, Snapchat, Twitter e Instagram para acompanhar o que está em alta online!

É um desastre que essas pessoas devam passar mais tempo em seus telefones celulares do que lendo, estudando, ajudando seus alunos, realizando orações, recitando o Alcorão, cuidando de suas famílias e se esforçando para alcançar seus objetivos. É de partir o coração que esses “modelos” sejam um mau exemplo para os outros na perda de tempo, dando às coisas a ordem errada de prioridade e o uso viciante da tecnologia.

É um desastre quando pessoas nobres e malévolas se tornam equivalentes; e seus cultos e culturas se tornam todos iguais devido a sua atitude passiva e vulnerabilidade aos acontecimentos nas mídias sociais.

É um desastre quando essas pessoas se veem como atores influentes com impactos perceptíveis simplesmente porque ecoam as vozes dos outros e reagem às suas iniciativas.

É um desastre quando um deles pensa que tal perda de tempo (nas mídias sociais) – que é condenada pela Lei Islâmica – é um meio de interpretar as condições atuais ou uma manifestação de cuidado com os assuntos dos muçulmanos, enquanto que não é nada além de um vício no sentido pleno da palavra, e uma implementação real do Hadith do Profeta sallallaahu ‘alayhi wa sallam (que Allah exalte sua menção) sobre as três proibições (que não agrada a Allah): “… conversa ociosa, questionamento sobre assuntos que não trazem nenhum benefício real e desperdício de riqueza.”

É desastroso quando essas pessoas conspiram para fechar os olhos para tal vício na internet porque elas mesmas são afligidas com isso; tal comportamento é legitimado e não combatido, ao invés de tratar a si mesmos e aos outros.

Revolução contra o Vício na Internet:

Estamos em extrema necessidade de uma revolução contra esse perigoso vício na internet, a ser liderado por aqueles de comportamento exemplar, contra esse comportamento passivo e cego, correndo aqui e ali atrás das redes sociais e do que acontece nelas!

Estamos em extrema necessidade de estabelecer parâmetros, limites e sinais de alerta contra esse apego patológico, paixão e perda de si mesmo com as mídias sociais, algo camuflado como bom mas não passa de um conglomerado de coisas ruins e trivialidade!

Estamos em extrema necessidade de continuar denunciando esse vício, desenvolvendo estratégias para denunciar, diversificando métodos, não aceitando o status quo sob o pretexto de ‘Umoom Al-Balwa (ou seja, permissibilidade devido à necessidade inevitável; quando um assunto se torna generalizado e é difícil de evitar)!

AVISOS IMPORTANTES:

1- Este discurso anterior é endereçado de mim e a você – caro leitor – pessoalmente, e não a uma terceira pessoa a quem você pensa ser o destinatário. Um dos nossos problemas reside no fato de que uma pessoa sente que o que é dito se aplica apenas aos “outros” e não a “ele”, semelhante à hipótese de efeito em terceira pessoa sobre o impacto da mídia, e a ilusão de que ele é um epítome de moderação e equilíbrio quando se trata do uso da tecnologia, enquanto é contrário à verdade!

2- Cuidado em assumir que meu discurso é dirigido aos famosos Shaikhs e Daa’iyahs. Meu discurso é mais endereçado a você; grandiosos são os papéis, tarefas e ações que requerem seu potencial, tempo e determinação; e vastas são as áreas capazes de sofrer tal impacto que precisam de alguém como você para preenchê-los e influenciar outros através deles. Você não é pequeno a ponto de achar que não pode causar tal impacto e achar que não é a pessoa certa para causar tal impacto, e isto é outro problema que você precisa resolver.

3- O escopo do problema é medido considerando as oportunidades alternativas. Quanto tempo você gasta no seu celular? Quais são as tarefas que você poderia realizar se a internet fechar em todo o mundo por uma semana?

4- Gostaria de excluir aqueles cujos projetos educacionais e da Da’wah que são baseados no aproveitamento da tecnologia para transmitir sua mensagem de forma séria, contínua e sistemática. Essas pessoas são confiadas a uma tarefa séria, através da qual podem salvar o que pode ser salvo e empregar tecnologia para servir seus objetivos em vez de serem exploradas pela tecnologia para servir os objetivos dela.

5- Este lembrete não significa que estou perfeitamente a salvo deste perigo, mas sou simplesmente um homem que sentiu o perigo e queria alertá-lo, esperando que seríamos daqueles sobre quem Allah, O Exaltado, Diz (o que significa): {Vocês são a melhor nação produzida [como exemplo] para a humanidade. Sois a melhor nação que surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o ilícito e credes em Deus. Se os adeptos do Livro cressem, melhor seria para eles. Entre eles há fiéis; porém, a sua maioria é depravada. [Alcorão 3:110] e o Profeta sallallaahu ‘alayhi wa sallam ( que Alá exalte sua menção )disse: “Por Ele em Cuja Mão está minha alma, você deve promover o bem e coibir o mal ou (então) Allah logo irá afligir você com uma punição Dele, você vai chamá-lo e Ele não vai respondê-lo.”

Fonte: islamweb.net

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