Boicote ao povo da inovação e pecados; e amor e ódio por causa de Allah

Boicote ao povo da inovação e pecados; e amor e ódio por causa de Allah
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Pergunta: Quando é permitido cortar (ou seja, boicotar) relações com um inovador? Quando é permitido odiar por causa de Allah? Será que hoje em dia o boicote é efetivo?


Resposta: O crente olha para essas situações do ângulo do Imaan e da Shari’ah, livre de desejos. Se boicotar o inovador e ficar distante dele não conduz a um mal maior, então boicotá-lo é correto, e o menor nível que isso alcança é que é Sunnah (isto é, recomendado, mas não obrigatório). Semelhante a isso é boicotar uma pessoa cuja desobediência é pública, e a torna aparente – o menor nível que isso alcança é que é Sunnah (isto é, recomendado, mas não obrigatório).

No entanto, se não boicotar [tais pessoas] é melhor para sua retificação – porque alguém considera mais efetivo fazer da’wah para os inovadores, direcionando-os à Sunnah, ensinando-os o que Allah fez obrigatório para eles e desejando-lhes o bem – então a pessoa não deve se apressar em boicotá-los.
 

Apesar disto, a pessoa deve odiá-los por causa de Allah; odiar o incrédulo e também odiar as pessoas desobedientes, pela causa de Allah. Ele deve odiar estas pessoas de acordo com seus níveis de pecado e de acordo com seus níveis de inovação. O ódio da pessoa pelo incrédulo é mais severo; e o ódio pelo inovador é de acordo com a sua inovação. Se a sua inovação não é uma inovação de descrença, então o odeie a este nível, e o pecador de acordo com seu nível de pecado. Além disso, ele é amado por causa de Allah de acordo com o seu nível de Islam.

Quanto ao boicote, o assunto contém alguns detalhes. Ibn Abdil Qawiyy (que Allah tenha misericórdia dele) disse em seu famoso poema:

Diz-se que se o [boicote] o restringe, é obrigatório e mais enfatizado
E boicotar uma pessoa que mostra abertamente seus pecados é recomendado
Cumprimente-o com um rosto sombrio …
E é dito que [o boicote] é obrigatório enquanto ele [pecar] em aberto.

Em suma, a melhor e mais correta opinião é que a pessoa considere o que é mais benéfico [em boicotar ou não].

O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) boicotou um grupo de pessoas, mas ele não o fez com outro grupo. Ele o fez considerando o benefício islâmico legislado. Ele boicotou Ka’b Ibn Maalik e seus dois companheiros (que Allah esteja satisfeito com eles), quando eles ficaram para trás na Batalha de Tabuk sem nenhuma desculpa válida. Ele os boicotou cinquenta noites até que eles se arrependeram, e Allah os perdoou.

No entanto, ele não boicotou Abdullah ibn Ubay ibn Salul e um grupo de outros que foram acusados de hipocrisia. Isto foi devido a certas razões legisladas que exigiram [não boicotar]. Assim, um crente tem que considerar o que é de mais benéficio.

Isso, porém, não anula odiar o incrédulo por causa de Allah; odiar o inovador por causa de Allah; odiar um pecador por causa de Allah; [ao mesmo tempo] amar um muçulmano por causa de Allah, amar um pecador de acordo com o nível de seu Islam e amar um inovador, desde que sua inovação não o tenha feito se tornar um descrente – [o inovador é amado] de acordo com o seu nível de Islam.

Quanto a boicotá-los, deve-se considerar o benefício potencial: Se, ao boicotá-los, algum bem é esperado e espera-se que eles se arrependam a Allah, então [nesse caso] a recomendação é boicotar. Um grupo de sábios considerou ser uma obrigação nesta situação.

Se ao boicotá-los ou não o resultado esperado é o mesmo, ou seja, não há mal nem bem, então é melhor boicotá-los, implementar esse ato legislado e também deixar clara a obrigação de proibir um mal. Em tal caso, boicotá-los é melhor e mais seguro, e também para ensinar as pessoas o seu pecado e erro.

A segunda situação é onde boicotá-los leva a uma desvantagem, um mal maior. Nesta situação, a pessoa não deve boicotá-los. Se ao boicotar esse inovador seu mal sobre o povo aumentará, e ele avançará ainda mais na divulgação de sua mensagem às inovações, e suas inovações e maldade aumentarão, ele vai explorar o boicote ao chamar as pessoas à falsidade, [neste caso] ele não deve ser boicotado, antes, deve ser refutado, e o povo deve ser advertido contra ele. As pessoas não devem estar muito distantes dele para que possam observar suas ações, para que possam impedir que ele expanda suas inovações e, assim, eles possam alertar as pessoas sobre ele. Devem dar-lhe constantemente da’wah. Talvez Allah o guie e as pessoas possam estar salvas de seu mal.

Semelhante a isto, é uma pessoa que peca em público, se ao deixá-la e boicotá-la resultará em seu mal tornar-se generalizado, e ela ganhará alguma influência sobre as pessoas, então ela não deve ser boicotada. Pelo contrário, deve sempre ser refutada e contestada; as pessoas devem ser constantemente advertidas contra o seu mal para que possam estar a salvo dela e assim as provações e tribulações não ocorram devido a seus pecados. Pedimos a Allah por segurança.

Fonte: BinBaz.Org


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