Proibição de se Aliar aos Incrédulos
Explicação do grande princípio: “A proibição de se aliar aos incrédulos”
Esperamos que nos esclareça, com exemplos, o significado desta expressão: “Aliar-se aos incrédulos é proibido”.
Todos os louvores são para Allah.
Sim, daremos exemplos que esclarecem explicitamente as observações. É por isso que passaremos diretamente a mencionar algumas das declarações mais importantes dos estudiosos e líderes islamicos sobre diferentes formas de aliança com os infiéis:
– Aceitar sua infidelidade ou alimentar dúvidas a respeito disso, recusar-se a classificá-los como incrédulos ou homenageá-los e honrá-los. Allah diz sobre quem aprovou a incredulidade:
“mais ainda aquele que com isso (incredulidade) se sente confortável.”
Allah O Altíssimo diz sobre a recusa em acreditar no rebelde (Satanás) e faz com que isso seja uma condição (de validade de fé):
“Não há imposição quanto à religião, porque já se destacou a verdade do erro. Quem renegar o sedutor e crer em Allah, ter-se-á apegado a um firme e inquebrantável sustentáculo, porque Allahé Oniouvinte, Sapientíssimo.” (Alcorão 2:256)
E Ele, louvado seja, disse tambem sobre os judeus que preferiam os idólatras em detrimento dos muçulmanos:
“Não reparaste naqueles que declaram que crêem no que te foi revelado e no que foi revelado antes de ti, recorrendo, em seus julgamentos, ao sedutor, sendo que lhes foi ordenado rejeitá-lo? Porém, Satanás quer desviá-los profundamente.” (Alcorão 4: 60).
– Nutrir afeto para com eles. A respeito disto, o Altíssimo disse:
“Não encontrarás povo algum que creia em Allah e no Dia do Juízo final, que tenha como amigos aqueles que contrariam Allah e o Seu Mensageiro, ainda que sejam seus pais ou seus filhos, seus irmãos ou parentes. Allah lhes firmou a fé nos corações e os confortou com sua ajuda, e os introduzirá em jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde viverão eternamente. Allah se comprazerá com eles e eles se comprazerão n’Ele. Estes formam o partido de Allah. Acaso, não é certo que os que formam o partido de Allah serão os bem-aventurados?.” (Alcorão 58: 27)
– rebaixar-se para eles, depender deles, fazer com que eles sejam seus apoiadores e suporte. A respeito disso, o Altíssimo diz:
“E não vos inclineis para os iníquos, porque o fogo apoderar-se-á de vós; e não tereis, em vez de Allah, protetores, nem sereis socorridos..” (Alcorão 11: 113)
– Oferecer a eles suporte e assistência contra os muçulmanos. A respeito disto, o Altíssimo disse:
“Os crentes e as crentes são protetores uns aos outros.” (Alcorão 9: 71)
E Ele diz sobre os incredulos:
“eles são aliados uns dos outros” e disse: “Porém, quem dentre vós os tomar por aliados, certamente será um deles” (Alcorão 5:51)
– Integrar-se em suas sociedades, aderir aos seus partidos, aumentar seus números, obtendo suas nacionalidades (desnecessariamente) servir em seus exércitos e trabalhar para o desenvolvimento de suas armas.
– Copiar suas leis e aplicá-las em países muçulmanos. Então Allah disse:
“Anseiam, acaso, o juízo do tempo da insipiência? Quem melhor juiz do que Allah, para os persuadidos?” (Alcorão, 5: 50)
– Aliar-se com eles de maneira geral, procurando a sua ajuda e apoio e ligando o seu destino a eles. Allah diz:
“Ó fiéis, não tomeis por confidentes os judeus nem os cristãos; eles são aliados uns dos outros. Porém, quem dentre vós os tomar por aliados, certamente será um deles; e Allah não encaminha os iníquos.” (Alcorão, 5: 51).
– Procurar se aproximar deles e agradá-los em detrimento da religião. A respeito disto, o Altíssimo disse:
“Não dês, pois, ouvidos aos desmentidores, Porque anseiam para que sejas flexível, para o serem também”(Alcorão 68: 8-9).
Isso inclui o fato de sentar-se com eles e ficar na companhia deles quando eles ridicularizam os versículos de Allah, Allah O Altíssimo disse:
“Por certo que Ele vos instruiu, no Livro, e de quando notardes que blasfemam, que escarnecem os versículos de Allah, não vos senteis com eles, até que mudem de conversa; porque, se assim não fizerdes, sereis seus cúmplices. Allah reunirá, no inferno, todos os hipócritas e incrédulos” (Alcorão 4:140).
– Confiar neles, escolhendo-os como seus companheiros e fazer deles seus conselheiros excluindo os crentes:
” Ó fiéis, não tomeis por confidentes a outros que não sejam vossos, porque eles tratarão de vos arruinar e de vos corromper, posto que só ambicionam a vossa perdição. O ódio já se tem manifestado por suas bocas; porém, o que ocultam em seus corações é ainda pior. Já vos elucidamos os sinais, e sois sensatos.” (Alcorão 3: 118)
De acordo com Aisha (que Allah esteja satisfeito com ela), a esposa do Profeta (que a paz e benção de Allah esteja com ele), ele havia saido antes da batalha de Badr. Quando ele estava proximo ao Al-Harra Wabra, um homem conhecido por sua coragem e disponibilidade se juntou a ele e os companheiros do Profeta (que a paz e benção de Allah esteja com ele), então, regozijaram-se com grande alegria ao vê-lo. Quando ele veio para perto do Mensageiro de Allah (que a paz e benção de Allah esteja com ele), disse:
“Eu vim para me para unir com vocês e participar de sua ação.”
O Mensageiro de Deus (que a paz e benção de Allah esteja com ele) disse:
– “Você acredita em Allah e Seu Mensageiro? “
– “Não”
– ” Então vá embora, porque eu não conto com a assistência de um idólatra.”
Ela relata:
“Então ele foi embora e quando chegamos perto da árvore, o homem se aproximou novamente e repetiu o que já havia dito, e o Profeta (que a paz e benção de Allah esteja com ele) repetiu sua primeira resposta: “Vá embora porque eu não conto com a assistência de um idólatra.”
E depois, ele veio novamente juntar-se a eles em al-Bayda e repetiu sua proposição e o Profeta (que a paz e benção de Allah esteja com ele) repetiu então a sua primeira pergunta: “Você acredita em Allah e Seu Mensageiro?”, e ele respondeu: “Sim”
Então o Profeta (que a paz e benção de Allah esteja com ele) disse: “Venha!” (Narrado por Muslim, 2388).
Estes textos indicam claramente a proibição de confiar aos incrédulos tarefas que lhes permitam aprender sobre as condições dos muçulmanos e conhecer os seus segredos elaborando estratégias para prejudicá-los.
– atribuir aos incredulos posições administrativas que lhes permitam de liderar os muçulmanos e humilhá-los e arbitrariamente exercer seu domínio sobre os partidários da unicidade divina e impedi-los de exercer as suas práticas rituais. Pois Allah diz:
“Allah jamais concederá supremacia aos incrédulos em relação aos fiéis…”
(Alcorão 4: 141).
Imam Ahmad relatou que Abu Musa al-Ash’ari disse: “Eu disse ao Omar, eu tenho um secretário cristão”
e Ele disse: “O que aconteceu com você? – Que Allah te combata! Você não ouviu as palavras de Allah: “Ó fiéis, não tomeis por confidentes os judeus nem os cristãos; eles são aliados uns dos outros. Porém, quem dentre vós os tomar por aliados, certamente será um deles; e Allah não encaminha os iníquos”(Alcorão, 5: 51). Você não poderia empregar um monoteísta (muçulmano)?”
Eu respondi a ele: “Comandante dos Fiéis! A escrita dele me pertence e a religião dele pertence a ele” – Ele disse: “Eu não os honrarei depois de Allah tê-los humilhado; Eu não darei a eles autoridade depois que Allah os rebaixou; Eu não irei uni-los depois que Allah os dividiu.”
E o mesmo é valido para os empregados incrédulos nas casas dos muçulmanos, onde eles descobrem sua intimidade (lit. partes íntimas) e educam os filhos dos muçulmanos na descrença.
Neste capítulo, observa-se o que está acontecendo no nosso tempo onde nós trouxemos pessoas da terra dos infiéis e empregamos como motoristas, operários, empregados, governantas das casas, e os integramos às famílias muçulmanas.
E o mesmo é valido para o fato de matricular nossas crianças em escolas de descrença e instituições evangelísticas dos incrédulos, faculdades e universidades e sua instalação nas famílias dos incrédulos.
– Assemelhar-se aos infiéis em seu modo de vestir, comportar, falar etc. assim traduzindo o amor que nutre por eles. O Profeta (que a paz e benção de Allah esteja com ele) disse:
“Quem se assemelha a um povo faz parte desse povo.” Por conseguinte, é proibido se assemelhar aos descrentes na sua especificidade, nos seus hábitos, em suas praticas rituais, em seu estilo de vida e sua moral, como: fazer a barba, deixar crescer o bigode, uso desnecessário de sua língua, sua maneira de vestir, comer, beber, etc.
– Instalar-se em seus países sem ter necessidade. É por isso que é proibido para os muçulmanos que são oprimidos e que não podem manifestar a prática de sua religião permanecer no país dos infiéis, se for capaz de emigrar. A respeito, o Altíssimo diz:
“Aqueles a quem os anjos arrancarem a vida, em estado de iniqüidade, dizendo: Em que condições estáveis? Dirão:Estávamos subjulgados, na terra . Dir-lhes-ão os anjos: Acaso, a terra de Allah não era bastante ampla para que migrásseis? Tais pessoas terão o inferno por morada. Que péssimo destino!” (Alcorão 4:97).
Allah tem permitido permanecer nos países dos descrentes somente os muçulmanos oprimidos que não podem emigrar e aqueles cuja permanência nesses países tem um interesse religioso como a chamada para Allah e a propagação do Islam neste país (dawah). Ficar nesses paises é proibido, exceto em casos de necessidade. O Profeta (que a paz e benção de Allah esteja com ele) disse: “Eu repudio aquele que se instala em meio aos politeístas”.
– Visitar os países da descrença para o entretenimento e diversão. Quando viajar por uma necessidade legítima como: cuidados médicos, comércio e aprendizagem de especializações úteis que nós não poderíamos adquirir sem viajar para estes paises, então isto é permitido na medida do necessário. Quando esta necessidade está regulada devemos voltar para os países muçulmanos. Neste caso, aqueles que querem viajar para esses fins devem possuir os conhecimentos que lhe permitam superar as objeções e uma fé que lhe permite resistir aos prazeres carnais; e ele deve ser capaz de demonstrar a prática de sua religião, o orgulho de seu Islam, manter-se afastado dos maus lugares, e deve estar atento às intrigas dos inimigos e suas estratégias. Da mesma forma, é permitido, se necessário, viajar para esses países para dedicar-se à chamada para o Islam e sua divulgação (dawah).
– homenageá-los, defendê-los, louvar a sua civilização, expressando admiração por suas maneiras e competências, independentemente de suas falsas crenças, sua religião obsoleta. A respeito disto, o Altíssimo diz:
“E não cobices tudo aquilo com que temos agraciado certas classes, com o gozo da vida terrena – a fim de, com isso, prová-las – posto que a mercê do teu Senhor é preferível e mais persistente.. “(Alcorão 20: 131).
E o mesmo é valido para o fato de engrandecê-los e oferecer a eles títulos pomposos e graduações e o fato de tomar a iniciativa de cumprimentá-los e colocá-los como sendo os principais nas assembleias e dar-lhes prioridade na passagem das ruas. O Profeta (que a paz e a benção de Allah esteja com ele) disse:
“Não tome a iniciativa de cumprimentar os judeus e os cristãos e quando você encontra um deles em um caminho, coloque-o à estreita.” (Narrado por Muslim, 4030)
– Abandonar o calendário muçulmano e adotar o calendário que expressa seus ritos e festivais, como o calendário gregoriano, que perpetua a memória do nascimento de Jesus (que a paz esteja com ele), calendário que eles inventaram para si mesmos, que não faz parte da religião de Jesus (que a paz esteja com ele). O uso deste calendário é como o fato de assistir a apoiar suas práticas rituais e suas festas.
É para evitar isso que os Companheiros quiseram estabelecer um calendário para os muçulmanos no tempo do califa Umar, eles dispensaram o uso do calendário dos infiéis e tomaram como ponto de partida a Hégira (migração do Profeta (que a paz e benção de Allah esteja com ele) para Medina). Isso indica a necessidade de se diferenciar dos infiéis neste domínio como em todas suas especificidades. E é Allah quem nos ajuda.
– Juntar-se a eles em suas celebrações, ajudar na sua organização e felicitá-los pela ocasião destas festas ou frequentar locais onde estas se realizam. As palavras de Allah: “e aqueles que não assistem às falsidades” foram interpretadas como se tratando das festas dos infiéis.
– Adoptar seus nomes repugnantes. O Profeta (que a paz e a benção de Allah esteja com ele) mudou nomes politeístas tais quais Abd al-Uzza e Abd al-Kaaba.
– solicitar o perdão e misericórdia de Allah em seu favor. E, o Altíssimo disse: “É inadmissível que o Profeta e os fiéis implorem perdão para os idólatras, ainda que estes sejam seus parentes carnais, ao descobrirem que são companheiros do fogo…” (Alcorão 9: 113). Está aqui um grupo de exemplos que explicam a regra que proíbe uma aliança com os infiéis. Pedimos a Allah, louvado seja, para salvar a nossa fé e fortalecer as nossas crenças. É Allah quem nos auxilia.
Sheikh Muhammed Salih Al-Munajjid
Fonte: http://islamqa.info/fr/2179