Fofoca (Ghibah, Namimah e Tajassus): Definições, Como Lidar e Expiações

Fofoca (Ghibah, Namimah e Tajassus): Definições, Como Lidar e Expiações
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Ghibah:

Ghibah (falar dos outros pelas costas, caluniar) é quando uma pessoa menciona as falhas do seu irmão muçulmano na sua ausência, de forma que ele não gostaria se ouvisse o que foi dito. A ghibah é feita quando não há necessidade, ou seja, excluem-se os casos em que exista uma razão válida de acordo com a sharia (jurisprudência islâmica), como alertar contra um inovador a fim de afastar as pessoas de sua bidah (inovação).

Então, a ghibah é falar sobre alguém de uma forma que não agradaria à pessoa, seja falando sobre seu corpo, família, caráter, ações, palavras ou sobre sua religião ou a vida, ou até mesmo falando mal sobre as suas roupas, casa ou carro.

No sahih Muslim está narrado sob a autoria de al-Ala ibn Abd al-Rahman, que ouviu de seu pai, que ouviu de Abu Hurairah (raa) que o Profeta (saws) disse: “Vocês sabem o que é ghibah?” Eles disseram: “Allah e Seu Mensageiro sabem melhor.” Ele disse: “É quando você diz algo sobre seu irmão que ele não gosta.” Ele foi questionado: “E se o que for dito sobre meu irmão for verdade?” Ele disse: “Se o que você disse for verdade, então você falou dele pelas costas, e se não for verdade você o caluniou.”

A calúnia é Haram (proibido), não importa qual a razão por trás disso; se é para acalmar a raiva, iniciar ou estabelecer uma conversa com pessoas, conciliar ou ser cortês com companheiros; incentivar outras pessoas a invejarem os outros; para se divertir, passar o tempo; ou apenas para fazer os presentes darem risadas. Allah, swt, proibiu isso, e advertiu seus servos contra a calúnia, Ele o Altíssimo diz: “Ó vós que credes! Evitai muitas das conjeturas. Por certo, uma parte das conjecturas é pecado. E não vos espieis. E não faleis mal, uns dos outros, pelas costas. Algum de vós gostaria de comer a carne de seu irmão morto? Pois, odiá-la-íeis! E temei a Allah. Por certo. Allah é Remissório, Misericordiador.” [Hujjurat:12]

Em um Hadith narrado por Abu Hurairah (raa), o Profeta (saws) disse: O muçulmano é inviolável por seu irmão muçulmano, no que diz respeito ao seu sangue, riqueza e honra. Relatado por Muslim. Ele (saws) disse em sua Khutbah final, em sua despedida do Hajj (Peregrinação): O seu sangue, suas propriedades e suas honras são tão sagrados um ao outro como a santidade deste dia, deste mês na vossa cidade. (Ouça) Não fui eu quem vos transmitiu a mensagem de Allah?Relatado por Al-Bukhari e Muslim. Abu Dawud narrou através de Nawfal que ouviu de Said ibn Zayd que o Profeta (saws) disse: “O tipo mais comum de juros (riba) é o ato de falar injustamente contra a honra de um muçulmano.” Os ahadith autênticos do Profeta (saws) que se referem à proibição e advertência contra a calúnia são inúmeros.

Os sábios concordam que é haram (proibido) falar pelas costas de alguém sem uma razão legítima. A maioria deles afirmou que este é um dos pecados maiores e pode ter vários graus, alguns tipos podem ser piores do que outros. Por exemplo, aquele que fala mal de um sábio não é como aquele que fala mal de uma pessoa desprovida de conhecimento.

Um dos piores tipos de ghibah, veementemente proibida, é diminuir um muçulmano e insultá-lo, mostrar desrespeito para com ele e lançar difamações sobre sua honra. Esta é uma característica reprovável e uma doença grave; é um dos pecados maiores e quem faz isso está sujeito à advertência e severa punição.

Namimah

Namimah significa contar a algumas pessoas o que foi dito sobre elas, a fim de causar problemas, ou seja, fofocar. A definição de namimah está ligada à revelação de segredos ou aquilo que não é apropriado divulgar.

Ibn Hajar al-Haythami narrou: “É dito em al-Ihya’: ela (a namimah) não se limita a isso, vai muito além, refere-se à divulgação de qualquer coisa que possa prejudicar ou ofender alguém se for divulgada, quer seja à pessoa sobre quem se fala, quer seja à pessoa que ouve a fofoca, ou até um terceiro; tanto se divulgada verbalmente, por escrito ou por meio de um sinal ou um gesto; quer seja transmitida como uma ação, uma palavra, uma falha ou uma deficiência da pessoa sobre quem se fala, ou de alguma outra pessoa.

Portanto, devemos ficar em silêncio e não mencionar aquilo que vemos sobre as pessoas, a menos que falar sobre isso traga algum benefício para um muçulmano ou o afaste de algum dano. Por exemplo, se você vê uma pessoa usurpando a propriedade de outro, então, você tem que prestar testemunho daquilo. Ao contrário se você vir alguém escondendo seu próprio dinheiro, então, falar sobre isso seria namimah e divulgação dos segredos de uma pessoa.

Se o que for falado é sobre uma falha ou defeito de alguém, então é ghibah (calúnia) e namimah (fofoca, maledicência).” (Al-Zawaajir, n° 252: Al-Namimah)

Foi narrado que al-Haafiz al-Mundhiri disse: “A ummah (nação islâmica) concorda, por unanimidade, que namimah é proibida e que é um dos maiores pecados aos olhos de Allah”.

O Profeta (saws) disse: “Nenhuma pessoa que transmite a namimah entrará no Paraíso”. De acordo com outro relato, “Nenhum bisbilhoteiro (qattaat)…” Narrado por al-Bukhari, 6056; Muslim, 105.

O qattaat é alguém que espalha namimah. Foi dito que a pessoa que divulga namimah é a pessoa que está em um grupo que está conversando, então ela espalha boatos sobre outros, e que o qattaat é aquele que ouve sem perceberem, então espalha fofocas sobre as pessoas.

Em al-Sahihein é narrado que Ibn ‘Abbaas disse: “O Profeta (que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele) estava em um dos jardins de Madinah, e ouviu os sons de duas pessoas sendo atormentadas em suas sepulturas. Ele disse: ‘Eles estão sendo punidos, não por algo que era difícil evitar, mas que não deixa de ser um grande pecado. Um deles não se protegia da urina (ou seja, não se precavia para evitar a contaminação em si ou em suas roupas) e o outro costumava espalhar namimah.’”
(Al-Bukhari, 216; Muslim, 292).

Tajassus

Al-Nawawi disse: “Alguns dos estudiosos disseram que tajassus (bisbilhotagem ou espionagem) significa ouvir conversas de outras pessoas, e buscar suas falhas. Também foi sugerido que tajassus significa procurar segredos. A palavra é usada principalmente no sentido do mal. O jaasus (espião) é aquele que procura segredos com propósito mau e o naamus é aquele que procura segredos para bons propósitos. Tajassus, então, significa buscar informação sobre as circunstâncias de vida das pessoas.”

Também é narrado no Sahihein, por Abu Hurairah, que o Profeta (saws) disse: “Cuidado com a suspeita (desconfiança), pois a suspeita é o discurso mais falso. Não bisbilhoteis uns aos outros; não espioneis uns aos outros; não invejeis uns aos outros; não abandoneis uns aos outros; não odieis uns aos outros. Sejais irmãos, ó servos de Allah.” Al-Bukhari, 5144; Muslim, 2563.

Al-Bukhari (7042) narrou de Ibn ‘Abbaas que o Profeta (saws) disse: “Quem falar de um sonho que não sonhou será ordenado [no Dia do Juízo Final] a amarrar dois grãos de cevada juntos, e nunca será capaz de fazê-lo. Quem escutar as conversas de outras pessoas, quando elas não gostam, terá chumbo derretido derramado em seus ouvidos no Dia da Ressurreição. Quem fizer uma imagem será punido e condenado a soprar vida nela, e não será capaz de fazê-lo”.

Ahmad (19277) e Abu Dawud (4880) narraram também que Abu Barzah al-Aslami relatou: “O Mensageiro de Allah (saws) disse: ‘Ó vós que falais as palavras de fé, mas a fé não tem realmente entrado em vossos corações! Não caluniais os muçulmanos, e não procurais suas falhas. Pois quem procura os defeitos dos outros, Allah procurará seus defeitos, e se Allah procura falhas de uma pessoa, Ele a exporá mesmo em sua própria casa.'” Classificado como sahih por al-Albani em Sahih Abi Dawud, 4083.

Eu não creio um crente possa escutar todas estas evidências e, ainda assim, espionar seu irmão muçulmano, ou procurar os defeitos dele, ou espalhar namimah entre as pessoas ou, ainda, fazer ghibah. Eu espero que o crente seja um daqueles que se beneficia disso tudo que foi dito e preste atenção ao seu comportamento. Essas informações não são úteis para quem está ouvindo, mas são úteis para mim também. Não há uma única pessoa neste mundo que não incorra nesses pecados, muitas das vezes a gente os comete inconscientemente, o que é bastante perigoso… precisamos prestar mais atenção aos pequenos detalhes, aos momentos de raiva ou indignação, porque são neles que a gente se perde.

O Que Fazer:

Ibn Hajar al-Haythami disse em seu livro al-Zawaajir ‘an Iqtiraaf al-Kabaa’ir:
“A pessoa que ouve alguns comentários maliciosos, como ‘Fulano disse isso sobre você’ ou ‘ele fez isso com você’ deve fazer seis coisas:


  1. Não deve acreditar, porque aquele que espalha namimah é um faasiq (malfeitor) de acordo com o consenso acadêmico, e Allah diz (interpretação do significado):

“Se vos chega um faasiq (perverso) com um informe, certificai-vos disso para não lesar por ignorância, certas pessoas: então, tornar-vos-íeis arrependidos do que havíeis feito” [Al-Hujuraat 49:6].

  • Deve dizer à pessoa para não repetir essa má ação, que é o mal, tanto em termos religiosos e mundanos.
  • Deve odiá-la por amor a Allah, se a pessoa não mostrar nenhum sinal de arrependimento.
  • Não deve pensar mal daquele que foi mencionado, porque não há como saber se essa pessoa realmente disse ou fez aquilo.
  • O que foi dito não deve fazê-lo espionar os outros ou olhar para as suas falhas com a finalidade de verificar o que foi dito, porque Allah diz (interpretação do significado):

“Evitai muitas das conjecturas. Por certo, uma parte das conjecturas é pecado. E não vos espieis.” [Al-Hujuraat 49:12].

  • Não deve aceitar e acatar o que a outra pessoa disse, então não se deve presenciar a maledicência e dizer: ‘Fulano me disse isso’, caso contrário, ele também estará fofocando e caluniando, e reproduzindo a fofca.

‘Umar ibn ‘Abd al-‘Aziz (raa) disse a alguém que estava passando algumas fofocas maliciosas: “Se tu quiseres, podemos olhar para o assunto. Se tu estiveres mentindo, serás uma das pessoas mencionadas no versículo “Se vos chega um faasiq (perverso) com um informe” [al-Hujuraat 49:6]; e se estiveres dizendo a verdade, serás uma das pessoas mencionadas no versículo, “Incessante difamador, grande semeador de maledicência” [al-Qalam 68:11]. Ou, se quiser, perdoamo-lo.” Ele disse: “Perdoe-me, ó Amir al-Mu’minin, eu nunca farei isso de novo.”

Al-Hasan disse: “Aquele que te conta fofocas maliciosas, provavelmente dirá fofocas maliciosas sobre ti. Isso indica que a pessoa que espalha boatos maliciosos deve ser odiada e não se deve dar crédito a ela. Como não se odiar aquele que persiste na mentira, calúnia, difamação, traição, enganação, inveja, fraude e disseminação do mal entre as pessoas? Esta pessoa é uma daquelas que tenta cortar os laços que Allah ordenou manter e que espalha o mal na terra. Allah diz (interpretação do significado):

“Apenas, cabe a repreensão aos que praticam injustiça contra os homens e cometem, sem razão, transgressão na terra. Esses terão doloroso castigo.” [Al-Shura 42:42].

E aquele que espalha boatos maliciosos é um desses.”

Expiação

Com relação à expiação para estes pecados é essencial observar alguns pontos importantes:


  1. Rezar pelo perdão por aquele sobre quem você fofocou, e fazer du’a (súplica) por ele, elogiando-o em sua ausência.
  2.  Afirmar que a oração para o perdão é a expiação pelos mexericos não significa que seja suficiente. O princípio básico é que os pecados não podem ser apagados, exceto por arrependimento sincero que é acompanhado por abandonar o pecado, pelo lamento por ele, pela decisão de não voltar a praticá-lo e pela sinceridade neste acordo com o Criador, Glorificado seja. Depois de se arrepender desta maneira, há a esperança que Allah perdoe seus pecados e perdoe seus erros.

Com relação aos direitos das pessoas e transgressões contra elas, estas só podem ser expiadas se as pessoas afetadas as perdoarem. A prova disto está na sunnah do Profeta (saws), que disse: “Quem prejudicar o seu irmão no que diz respeito à sua honra ou algo similar, que o peça perdão antes do momento em que não haverá nem um dinar nem dirham, e se esta pessoa tiver alguma boa ação, então será tomada dela na proporção do mal que causou, e se a pessoa não tiver quaisquer hasanat (boas ações), algumas das sayyiat (más ações) da outra pessoa serão tomadas e dadas a ela para que as suporte.” [al-Bukhari]

O comando é buscar o perdão pelo erro antes das pontuações serem estabelecidas entre as pessoas no Dia do Juízo, quando estas pontuações forem liquidadas com hasanat e sayyiat, então as verdadeiras perdas serão suportadas por aqueles que injustiçaram pessoas no que diz respeito à sua riqueza, honra e sangue.

  •  O que a pessoa que quer se libertar do pecado da fofoca deve fazer é se esforçar muito para buscar o perdão daquele sobre quem fofocou, e pedi-lo perdão e desculpas com amabilidade e boas palavras. E deve ser tão humilde quanto puder, mesmo que ele o tenha que presentear com algo extremamente valioso ou oferece-lo ajuda financeira. Os sábios têm afirmado que tudo isso é permitido quando se trata de restaurar os direitos das pessoas.

Entretanto, os sábios dentre os salaf as salihin e fuqaha (juristas) pensavam que buscar o perdão das pessoas pela fofoca poderia levar – em alguns casos – a males maiores, como rancor ou rompimento dos laços, e as pessoas poderiam sentir ressentimento e rancor a um nível que é conhecido apenas por Allah. Então, a maioria deles concedeu permissão a não buscar o perdão (da vítima), e eles esperavam que fosse suficiente rezar pedindo perdão para a vítima da fofoca e fazer du’a (súplicas) para ela e elogiá-la em sua ausência.

Outros sábios eram da opinião de que nada poderia expiar as fofocas, exceto o perdão daquele que foi injustiçado. Mas a visão correta é que, se a pessoa que fofoca se arrepende sinceramente, não necessita dizer àquele (sobre quem falou mal) a respeito disso, especialmente se teme que isso possa causar mais problemas, como é geralmente o caso.

Rezar pelo perdão de quem foi alvo da fofoca é um caso excepcional e é um caso de necessidade ditado pela shari’ah (lei islâmica), onde afastar o malefício prevalece sobre trazer benefícios.

Do exposto, pode-se entender que aquele que considera o pecado da fofoca algo insignificante, baseado na premissa de que rezar para o perdão é suficiente para expiar esse pecado, está incorreto. Esse pensamento está errado por três razões:

1- Ele esquece que a condição básica para o arrependimento é o arrependimento, abandonando o pecado e sinceramente arrependendo-se a Allah. Esta condição não pode ser verdadeiramente satisfeita no caso da maioria das pessoas.

2- O princípio básico da expiação, no que diz respeito aos direitos das pessoas, está em se esforçar para buscar seu perdão. Se ele acha que dizer à pessoa sobre a fofoca levará a um mal maior, então ele pode recorrer à oração para o perdão dela (a vítima), nesta situação. Caso contrário, o princípio básico é que ele deve procurar perdão a quem ele injustiçou.

3- Isso mostra que, se a pessoa que foi alvo da fofoca já soube o que foi dito sobre ela, então – neste caso – é essencial buscar o perdão dela diretamente, de modo que o dano sofrido pela vítima seja desfeito e seu ressentimento dissipado. Se a pessoa não perdoar, então não há nenhuma opção, somente rezar pelo seu perdão e fazer du’a (súplicas) para ela.

Deve-se notar que o propósito por trás da oração e súplica por perdão é afastar as más ações com o bem, e compensar os erros. Por isso, não se limite às orações de perdão excluindo outras boas ações. Ao contrário, você pode fazer uma boa ação e dedicar sua recompensa para aquele sobre quem você fofocou, como dar caridade em seu nome, oferece-lo alguma ajuda, apoiá-lo em tempos de dificuldade, ou tentar compensá-lo pelo mal que você o fez da forma que conseguir.

Shaikh al-Islam Ibn Taymiyyah (que Allah tenha misericórdia dele) disse em Majmu ‘al-Fatawa:

Quanto aos direitos de quem foi injustiçado, estes não são dispensados apenas porque alguém se arrepende. Isto é um direito e não há nenhuma diferença entre um assassino e outros malfeitores. Se uma pessoa se arrepende do delito, os direitos daquele a quem ele injustiçou não são dispensados por causa de seu arrependimento, mas sim, parte de seu arrependimento é compensá-lo a um nível compatível ao seu delito. Se esta pessoa não compensá-lo neste mundo, então, inevitavelmente, irá compensá-lo na outra vida. Assim, o malfeitor que se arrependeu deve fazer muitas boas ações, de modo que quando aqueles que foram injustiçados reivindicarem seus direitos, ele não acabará falido. E se Allah quiser compensar aquele que foi injustiçado, então, ninguém poderá impedir Sua graça, tal como se Ele quiser perdoar os pecados – que não o shirk – daquele que quiser.

Consequentemente, no hadith sobre al-qasas (punições prescritas), no qual Jabir ibn ‘Abd-Allah viajou por um mês até ‘Abd-Allah ibn Unais, para ouvir de seus lábios – que foi narrado pelo Imam Ahmad e outros, e que al-Bukhari citou como evidência em seu Sahih (compilação autêntica): “Quando o Dia da Ressurreição vier, Allah reunirá todas as criaturas em uma única planície , onde o locutor será capaz de fazer todos ouvirem a sua voz e o observador será capaz de ver a todos, então aquele (o locutor) vai chamá-los em uma voz que será ouvida de longe, da mesma forma que será ouvida nas proximidades: ‘Eu sou o Soberano, eu sou o Juiz.

Nenhuma das pessoas do Inferno entrará no Inferno se tiver qualquer direito devido por qualquer uma das pessoas do Paraíso até que a pontuação seja registrada, e nenhuma das pessoas do Paraíso entrará no Paraíso se tiver qualquer direito devido a qualquer uma das pessoas do Inferno, até que a pontuação seja registrada.”

E em Sahih Muslim é narrado de Abu Sa’id: “Quando o povo do Paraíso atravessar al-Sirat (ponte) e ficar em uma ponte entre o Paraíso e o Inferno, resolverão sua pontuação com os outros, e quando estiverem limpos e purificados, a permissão os será dada para entrarem no Paraíso.”

Quando Allah, glorificado e exaltado seja, disse (na interpretação do significado): “Ó vós que credes! Evitai muitas das conjeturas. Por certo, uma parte das conjecturas é pecado. E não vos espieis. E não faleis mal, uns dos outros, pelas costas. Algum de vós gostaria de comer a carne de seu irmão morto? Pois, odiá-la-íeis! E temei a Allah. Por certo. Allah é Remissório, Misericordiador.” [Al Hujuraat, 49:12]

Então Ele lhes disse para se arrepender da fofoca (conjectura), porque é um tipo de delito. Isto se aplica a quem foi injustiçado e descobriu sobre a fofoca. Mas se alguém fofoca sobre outro ou calunia outro que desconhece o ocorrido, diz-se que uma das condições de arrependimento está em contar à vítima, e diz-se, também, que isso não é essencial, e esta é a opinião da maioria.

Ambos os pontos de vista foram narrados a partir de Ahmad. Mas esta pessoa ainda deve praticar bons atos para aquele que foi injustiçado, como fazer du’a por ele, rezar pelo seu perdão, praticar boas ações e dá-lo a recompensa por isso, de modo a compensar a fofoca e difamação. Al-Hasan al-Basri disse: A expiação das fofocas está em rezar por perdão daquele contra quem você fofocou. Fim de citação.

Leia também: Definições e Regras sobre Ghibah e Situações em que a Ghibah é Permitida


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