Descalçar as Meias Após a Ablução

Descalçar as Meias Após a Ablução
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Muitas pessoas acreditam que o wudu’ é invalidado quando descalçamos as meias após fazer o wudu’ passando as mãos úmidas sobre elas. Mas, na realidade, o wudu’ se mantém válido, mesmo descalçando as meias após, até que a pessoa o quebre com algo que normalmente invalida o wudu’: liberação de gases, necessidades fisiológicas, sangramento intenso ou vômito provocado e se comer carne de camelo. Veja as evidências sobre este assunto:


Os estudiosos diferem em relação às pessoas que fazem o wudu e passam as mãos molhadas sobre as meias e então as tira fora. Alguns estudiosos dizem que é suficiente que a pessoa lave seus pés e seu wudu’ é completado daquele ponto em diante. Porém, esta é uma interpretação fraca, porque wudu’ indica continuidade, já que não se passa um longo tempo entre a lavagem das partes variadas do corpo, ao contrário elas devem ser lavadas uma após a outra, em uma sequência contínua.

Além do mais, Ibn Qudaamah (que Allah tenha piedade dele) narrado em al-Mughni (1/367) que esta visão é baseada na idéia de que não há necessidade da continuidade no wudu’, e ista visão é fraca.

Outros dizem que o wudu da pessoa é invalidado daquele ponto em diante, e se ele quiser rezar ele tem que repetir seu wudu’. Eles citaram como evidências o fato de que passar as mãos molhadas sobre as meias substitui a lavagem dos pés, e se as meias são retiradas, a pureza dos pés não é mais válida, porque eles não estão lavados e não estão com as meias que foram purificadas. Se a pureza dos pés é inválida então todo o wudu’ é inválido porque o wudu’ não pode ser dividido. Esta interpretação é favorecida por Ibn Baaz (que Allah tenha piedade dele) afirmado em seu Majmoo’ al-Fataawa, 10/113.

Ainda, outros dizem que seu wudu não é invalidado daquele ponto em diante, a não ser que a pessoa quebre seu wudu de alguma outra forma (soltando gases etc). Esta era a visão de vários salaf, incluindo Qataadah, al-Hasan al-Basri e Ibn Abi Layla. Era confirmado por Ibn Hazm em al-Muhalla (1/105), e era a visão favorecida por Shaykh al-Islam Ibn Taymiyah e Ibn al-Mundhir. Al-Nawawi disse em al-Majmoo (1/557): esta é a interpretação mais forte.

Eles citaram várias coisas que evidenciam isto:

1 – Que a pureza não é invalidada exceto por hadath (quebrando seu wudu, expelindo gases, etc.) e tirar suas meias não é hadath.

2 – A pureza daquele que passa as mãos molhadas sobre suas meias é estabelecida pela evidência da shariah, e não pode ser considerada inválida exceto por outra evidência da shariah, e não há evidência que indicam que a pureza é invalidada por tirar as meias.

3 – A analogia entre raspar o cabelo após fazer o wudu. Se uma pessoa faz wudu e passa as mãos molhadas sobre seu cabelo e depois raspa sua cabeça, ele permanece em estado de pureza e não tem seu wudu invalidado por conta disto. O mesmo se aplica a pessoa que passa suas mãos molhadas sobre suas meias e depois as tira fora.

Shaykh Ibn Uthaymeen disse:

Se uma pessoa tira suas meias depois de passar suas mãos molhadas sobre elas, seu wudu não é invalidado a partir daquele ponto, e ele pode rezar como quiser até que ele quebre seu wudu (hadath), de acordo com a visão correta.

Fim da citação de Majmoo Fataawa Ibn Uthaymeen, 11/193.

Veja também: al-Mughni, 1/366-386; al-Muhalla, 1/105; al-Ikhtiyaaraat,p. 15; al-Sharh al-Mumti’, 1/180.

Fonte: IslamQA


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