Características do Profeta Muhammad ﷺ

Características do Profeta Muhammad ﷺ
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Descrição belíssima do nosso amado Profeta Muhammad, que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre ele:


Sua aparência física

“Muhammad era de estatura mediana, bastante magro, mas largo de ombros e de tórax, forte de ossos e músculos. Sua cabeça grande, fortemente desenvolvida. Cabelo escuro, um pouco ondulado, que fluía em uma massa densa quase até os ombros; mesmo em idade avançada foi salpicado com apenas cerca de vinte cabelos brancos, produzidos pelas agonias de suas “revelações”. Seu rosto era de forma ovalada, ligeiramente moreno. Belas longas e arqueadas sobrancelhas eram divididas por uma veia, que pulsava visivelmente em momentos de paixão. Grandes olhos pretos e inquietos que brilhavam debaixo de pesados e longos cílios. Seu nariz era grande, ligeiramente adunco. Seus dentes, sobre os quais ele reservou grande cuidado, eram bem definidos, brancos reluzentes. A barba cheia emoldurava um rosto másculo. Sua pele era clara e macia, e sua tez “vermelha e branca”, suas mãos eram como “seda e cetim”, até mesmo como as de uma mulher. Seu passo era rápido e elástico, mas firme como os passos de quem vai “de um lugar mais alto para um mais baixo”. Ao virar seu rosto, também girava todo o seu corpo. Toda a sua marcha e presença era digna e imponente. Seu semblante era suave e pensativo. Seu riso era raramente mais do que um sorriso.

Seus hábitos e costumes

Em seus hábitos era extremamente simples, embora reservasse grande cuidado com sua pessoa. Manteve sempre sua forma de comer e beber, de vestir e seu mobiliário, mesmo quando havia alcançado a plenitude do poder, sua natureza sempre foi quase primitiva. Os únicos luxos que se permitiu eram, além de armas, que ele valorizada altamente, um par de botas amarelas, um presente do Negus da Abissínia. Perfumes, no entanto, ele amava apaixonadamente, sendo muito sensível aos odores. Abominava bebidas fortes.

Sua personalidade

Era dotado de fortes poderes de imaginação, elevação da mente, delicadeza e refinamento de sentimento. “Ele é mais modesto do que uma virgem atrás da cortina”, dizia-se dele. Ele era o mais indulgente para com seus inferiores, e nunca permitiu que seu pequeno e desajeitado pagem fosse repreendido, sem importar com o que houvesse feito.

“Dez anos”, disse Anas, seu servo: “Eu estive com o Profeta, e ele nunca me disse nada como ‘uff’”.

Seu comportamento em família

Ele era muito afetuoso com sua família. Um de seus filhos morreu em seu peito na casa enfumaçada da enfermeira, a mulher de um ferreiro. Ele gostava muito de crianças; parava-as nas ruas e tocava suas cabecinhas. Ele nunca golpeou ninguém em sua vida. A pior expressão da qual fez uso em uma conversa foi: “O que houve com ele? Que sua testa se escureça com lama!”. Quando lhe pediram para amaldiçoar alguém, ele respondeu: “Eu não fui enviado para amaldiçoar, mas como misericórdia para a humanidade”. “Ele visitava os doentes, acompanhava qualquer funeral de quem conhecesse, aceitava o convite de um escravo para jantar, remendava suas próprias roupas, ordenhava as cabras, e dependia de si mesmo”, relatado sumariamente em uma tradição. Ele nunca retirava primeiro sua mão da mão de um outro homem, e nunca se virava antes que o outro tivesse se virado.

Ele era o mais fiel protetor daqueles a quem protegia, o mais doce e agradável nas conversas. Aqueles que o viam eram subitamente preenchidos pela reverência; aqueles que chegavam perto dele, amavam-no; aqueles que o descreviam, diziam: “Eu nunca vi alguém semelhante a ele, nem antes, nem depois”. Ele era deveras taciturno, mas quando falava era com ênfase e deliberação, e ninguém conseguia esquecer o que ele dizia.”

Lane-Poole, Stanley. 1882. The Speeches and Table-Talk of the Prophet Mohammad. Londres: MacMillan e Co. Introdução, pp xxvii-xxix


Sua racionalidade e seus ensinamentos sobre como falar e manter o silêncio

  • Permanecia em silêncio por longos períodos, sem falar quando não era necessário. Não falava quando não lhe dizia respeito e só falava quando era de se esperar uma recompensa de Allah, swt.
  • O Profeta ﷺ era o mais eloqüente dentre as pessoas e suas palavras eram muito agradáveis, fluíam e eram sempre racionais.
  • Falava com palavras concisas e cheias de significado. Suas palavras eram significativas, mas poucas, nem muito rápidas – correndo o risco de não serem recordadas – e nem muito longas e interrompidas por pausas.
  • Era seletivo ao falar e escolhia sempre as melhores expressões. Sempre se mantinha afastado de qualquer rudeza ou indecência.
  • Não gostava de elogiar aqueles que não merecessem e não dirigia palavras duras àqueles que não merecessem. Por isto proibiu chamara um hipócrita de “senhor” ou referir-se a Abu Jahl como “Abul Hakam”[2] ou mesmo chamar qualquer governante de “rei dos reis” ou “khalifatullah” (representante de Allah).
  • Ensinou a todos os que fossem atormentados por Satanás que dizessem “bissmillah” (em nome de Allah) no lugar de maldizer ou insultar ou suplicar contra Satanás.
  • Aconselhava que usassem bons nomes e instruía que quando um emissário era enviado, devia ter um bom nome e uma boa aparência. Costumava mencionar o significado dos nomes e associar o dono a seu nome.
  • Disse: “os nomes mais amados por allah, swt, são: Abdullah e Abdur-Rahman, os mais verdadeiros são Harith e Hammam e os mais feios são Harb e Murrah”.
  • O Profeta ﷺ mudou o nome de ‘Asiah (desobediente) por Jamilah (bonita) e mudou Asram (rígido-inflexível) por Dhur’ah (sementes plantadas/semeadas). Quando chegou a Madinah esta cidade era chamada Yathrib e ele mudou seu nome por Taibah.
  • Ele dava uma kuniyah (alcunha) a alguns de seus companheiros, a algumas crianças e algumas de suas esposas.
  • Costumava atribuir uma alcunha àqueles que tinha ou não filhos. Disse: “podem usar meu nome (Muhammad), mas não usem minha alcunha[3]”.
  • Ensinou que não fosse usado o nome ‘atama (escuridão) para o ‘isha. E proibiu que chamassem as uvas de karm, dizendo: “karm é o coração do crente” (Bukhari e Muslim).
  • Proibiu que fosse dito: “choveu devido a tal estrela” ou “o que seja que Allah e tu desejem” ou jurar por qualquer coisa que não fosse Allah. Também advertiu contra o uso excessivo de juramentos ou contradizer coisas como: “fulano é um judeu (ou outra coisa) se faz isso ou aquilo”. O Profeta ﷺ proibiu a um amo chamar seu servo “meu escravo” e proibiu que as pessoas dissessem: “minha alma se tornou má” ou maldizer a Satanás e, ainda, proibiu suplicar: “ó Allah, perdoa-me se desejas”[4].
  • Proibiu insultar (falar mal de) o tempo, vento, febre ou do galo. Também proibiu convidar as pessoas aos costumes pagãos e superstições do período pré-islâmico, tal como o nacionalismo e fanatismo.

Notas de rodapé:

[1] Zadul Ma’ad (1/175, 2/320).

[2] Abu Jahl significa pai da ignorância e era um apelido dado a Abu Hakam, um tio do Profeta e um arquiinimigo do islam.

[3] Que era “Abul-Qasim”.

[4] Uma vez que ninguém pode obrigar a Allah, swt, fazer o que não deseja.

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