O Nascimento do Profeta ﷺ

O Nascimento do Profeta ﷺ
Compartilhe

O ANO DE SEU NOBRE NASCIMENTO

De acordo com a mais correta opinião dos estudiosos, o Profeta (sallAllahu ‘alayhi wa sallam) nasceu na cidade de Makkah no ano do Elefante (correspondente ao ano 570 ou 571 EC), no mês de Rabee’ul-Awwal. [1]


O DIA DE SEU NOBRE NASCIMENTO

Existe um consetimento entre os estudiosos de que o Profeta (sallAllaahu ‘alayhi wa sallam) nasceu em uma segunda-feira, uma vez que que ele (sallAllaahu ‘alayhi wa sallam) foi perguntado sobre o jejum na segunda-feira, e respondeu:“Foi neste dia em que nasci e foi neste dia em que a revelação chegou até mim.” [2] No entanto, em relação à data exata de seu nascimento, os estudiosos teem se divergido sobre isso, embora a maioria diga que ele (sallAllaahu ‘alayhi wa sallam) nasceu no 12º de Rabee’ul-Awwal.

Imaam an-Nawawee (d.676H) – rahimahullaah – disse:

“Existe um consentimento de que ele nasceu na segunda-feira no mês de Rabee’ul-Awwal. Existe uma diferença de opinião se esse dia foi o 2º, 8º, 10º ou 12º dia do mês – e estas são as mais conhecidas opiniões sobre esse assunto.” [3]  

EVENTOS NA ÉPOCA DE SEU NASCIMENTO

Certos acontecimentos miraculosos foram reportados de terem ocorrido quando o Profeta (sallallaahu ‘alayhi wa sallam) nasceu. No entanto, a maioria deles não foi autenticamente relatado, pelo contrário é da’eef (fraca) ou mawdoo’ (fabricada) e portanto não pode ser levada em conta como prova decisiva; como a narração que relata que algumas das galerias do palácio de Kisraa se quebraram e desabaram, de que o sagrado fogo dos mágicos extinguiu-se e que algumas igrejas no lago Saawah desabaram e afundaram. [4]

Contudo, é autenticamente relatado de que o Profeta (sallAllaahu ‘alayhi wa sallam) disse.“Eu sou o resultado da súplica do meu pai Ibraheem e das boas novas trazidas por ‘Eesaa (‘alayhimus salaam). E minha mãe – quando ela me deu à luz – viu uma luz brilhar dela, que iluminou os palácios da Síria…” [5]  

CELEBRANDO O DIA DE SEU NOBRE NASCIMENTO

Imaam al-Faakihaanee (d.734H) – rahimahullaah -disse: [6]

“Celebrar seu nascimento não tem base no Qur’an e nem na Sunnah, nem esse ato foi registrado por qualquer um dos estudiosos desta Ummah; aqueles que são pegos como exemplos a serem seguidos e aqueles que se agarram às narrações. Isto é bidah (inovação), que foi introduzida pela (desviada) seita, Battaaloon. [7]

Em relação às origens desta recém-inventada celebração, alguns dos estudiosos pesquisadores estabeleceram que a primeira pessoa a inovar esta prática foi ‘Umar ibn Muhammad al-Mulaa na cidade de Mawsil no Iraque, durante o quarto século, como é mencionado pelo Imaam Abu Shaamah (d.665H). [8] Ele foi seguido por Abul-Khattaab ‘Umar ibn Dihyaa:“que foi empregado no ocidente, depois viajou para a Síria, e daí para a cidade de Irbil no Iraque, durante o quarto século, onde encontrou o rei Mudhaffarud-Deen ibn Zaynud-Deen mostrando um forte interesse no milaad (aniversário) do Profeta (sallAllaahu ‘alayhi wa sallam). Então criou um livro para ele chamado at-Tanweer fi Mawlidis-Siraajil-Muneer; recitou o livro para o rei que então o recompensou com mil dinares.” [9]

Imaam Maalik (d.179H) – rahimahullaah – disse:

“Quem introduzir no Islam uma inovação, e considerar isso como uma coisa boa, terá de fato alegado que Muhammad (sallAllaahu ‘alayhi wa sallam) traiu sua mensagem. Leia o que diz Allah – o Altíssimo:

“Hoje, eu inteirei vossa religião, para vós, e completei Minha graça para convosco e agradei-Me do Islão como religião para vós.”[Soorah al-Maa’idah (5):3].

Portanto aquilo que não era parte da religião naquele tempo, não pode ser parte da religião hoje. E a última parte desta Ummah não pode ser retificada, exceto por aquilo que retificou sua primeira parte.” [10]

Assim, se a prática da celebração do milaadun-Nabee (o aniversário do Profeta – sallAllaahu ‘alayhi wa sallam) tivesse sido algo louvável então: “os Salaf (os predecessores piedosos) – que Allah esteja satisfeito com todos eles – teriam instituído isto. Eles tinham um maior amor e honra pelo Mensageiro de Allah (sallAllaahu ‘alayhi wa sallam) e grande zelo para fazer o bem. Na verdade, a mais perfeita forma de expressar o amor e a honra por ele é em segui-lo, obedece-lo e em cumprir seus comandos, mantendo e revivendo a sua Sunnah (exemplo e orientação) – ambos internamente e externamente – e em espalhar sua mensagem e se esforçar nisso com o coração, com a mão e com a língua. Tal foi o caminho dos Companheiros e daqueles que os seguiram na bondade (crenças e ações).” [11]

Revista Al-Istiqaamah Edição Nº 3 – Rabî’ul-Awwal 1417H / agosto 1996

Notas:

[1] Vide Taareekh (p.53) de Khaleefah ibn Khayaat, as-Seerah (1/167) de Ibn Hishaam e também Tabaqaatul-Kubraa (1/62) de Ibn Sa’d.

[2] Relatado por Muslim (2/820) e Ahmad (5/297).

[3] Tadheeb Seeratun-Nabawiyyah (pg. 20) de Imaam an-Nawawee.

[4] Munkar: relatado por Imaam adh-Dhahabee em as-Seeratun-Nabawiyyah (pp. 11-14), que disse: “Esta narração é munkar ghareeb (rejeitada).”

[5] Relatado por al-Haakim em al-Mustadrak (2/600) e Ibn Kather em al-Bidaayah wan-Nihaayah (1/229) que disse: “O seu isnaad é bom e forte.” Para uma discussão mais detalhada sobre a sua autenticidade, vide as-Saheehah (nº 1545) de Shaykh al-Albaanee.

[6] Al-Mawrid fi ‘Amalil-Mawlid (pp. 21-22).

[7] Os Battaaloon: são um das seitas desviadas Baatiniyyah, dos Faatimids, conforme al-Maqreezee menciona em al-Khatat (1/490).

[8] Em al-Baa’ith ‘alaa Inkaaril-Bida’ wal-Hawaadith (pp. 23-24). Ibn al-Jawzee afirmou algo semelhante em Miraatuz-Zamaan (8/310).

[9] Al-Bidaayah wan-Nihaayah (13/144-145) de al-Haafidh Ibn Katheer.

[10] Relatado por al-Qaadee ‘Iyaadh em ash-Shifaa fee Huqooqil-Mustafaa (2/676).

[11] Iqtidaa’us-Siraatul-Mustaqeem (pg. 295) de Ibn Taymiyyah.

Fonte: Abdurrahman.Org

Leia também sobre as histórias dos outros profetas mencionados no Alcorão: clique aqui


Compartilhe

O Islam

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *