A Verdadeira Felicidade

A Verdadeira Felicidade
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“…Quando vos chegar de Mim a orientação, aqueles que seguirem a Minha orientação não serão presas do temor, nem se atribularão.” (Baqara:38)

“Disse: Descei ambos do Paraíso! Sereis inimigos uns dos outros. Porém, logo vos chegará a Minha orientação e quem seguir a Minha orientação, jamais se desviará, nem será desventurado. Em troca, quem desdenhar a Minha Mensagem, levará uma mísera vida, e, cego, congregá-lo-emos no Dia da Ressurreição.Dirá: Ó Senhor meu, por que me congregastes cego, quando eu tinha antes uma boa visão? E (Allah lhe) dirá: Isto é porque te chegaram os Nossos versículos e tu os esqueceste; a mesma maneira, serás hoje esquecido!” (Ta-ha:123-126)


Allah é o criador do ser humano. Afora isso, o que a alma busca é conhecê-Lo e ter uma relação com Ele. Assim, sem esta relação, sua vida estará cheia de penas e pesares. Por outro lado, conhecer Allah e estabelecer com Ele uma relação apropriada lhe proporcionarão a verdadeira felicidade.

Ao longo da história, os sábios e homens piedosos tentam expressar a alegria e felicidade que entram no coração ao conhecer a seu Senhor. Um famoso sábio do Islam, Ibn Taimiyah, tentou expressar o contentamento que sentiu a partir de sua fé em Allah e boas obras. Disse uma vez: “Neste mundo existe um Paraíso e os que entram nele não poderão entrar no Paraíso da próxima vida.” Também disse: “Que podem me causar meus inimigos? Certamente, meu paraíso e meu jardim estão aqui em meu peito.” (Citado em Muhammad ibn al-Qaiim,  al-Waabil al-Saiib min al-Kalim al-Taiib  (Beirute: Daar al-Bihaar, 1986), pg. 73.) Ibn Qaiim, o aluno mais próximo de Ibn Taimiyah e que o visitava freqüentemente na prisão, disse:

“Allah sabe que nunca conheci alguém que tivesse uma vida melhor que a dele. [Era assim] Apear de que se encontrava em circunstâncias sufocantes e não tinha luxos nem comodidades. Ao contrário, ele se encontrava no extremo oposto. Ainda encarcerado, torturado e ameaçado tinha uma vida das mais prazerosas dentre todos os demais; possuía sentimentos leves, força em seu coração e era o mais feliz de todos. Podia-se notar em seu rosto a felicidade na qual vivia. Cada vez que tínhamos medo, más expectativas ou sentíamos que o mundo nos pressionava, recorríamos a ele e bastava vê-lo e ouvir suas palavras para que todos esses maus sentimentos se afastassem. Saíamos cheios de tranqüilidade, força, certeza e paz. Louvado seja Aquele que permite a Seu servo ser testemunha de Seu Paraíso antes de se encontrar com Ele.” (Ibn al-Qaiim, al-Waabil al-Saiib, pg. 73.)

Então, este sentimento tão belo, que parte da fé, não era exclusividade de Ibn Taimiyah. Ibn al Qaiim cita outro devoto muçulmano dizendo o seguinte:

“Se os reis e os filhos dos reis soubessem a felicidade que vivemos, lutariam por ela com suas espadas… Os devotos deste mundo são desdenhados. Ser vão deste mundo sem haver provado o aspecto maravilhoso que há nele.” Quando lhe perguntaram qual era, respondeu: “O amor por Allah, conhecê-Lo e recordá-Lo… Há ocasiões em que digo: ‘se a gente do Paraíso vive desta maneira, então têm uma boa vida’.” (Ver ibn al-Qaiim,  al-Waabil al-Saiib, pg. 73. Ibn al Qaiim também citou Ibn Taimiyah dizendo: “Se não encontras doçura e paz em teu coração como causa de uma boa ação, então deves suspeitar de seu coração. Porque Allah é agradecido. Quer dizer, Ele deve recompensar a quem pratica uma boa ação; pois, uma boa ação neste mundo o fará encontrar doçura em seu coração, um maior sentido de pacificação e felicidade em sua vida. Se a pessoa não encontra nada disso, significa que algo haverá interferido em sua obra, fazendo com que esta não seja correta e sincera pela causa de Allah.”Ibn Qaiim, Madaarij, vol. 2, pg. 68.)

Outro autor afirmou: “[Os frutos da purificação da alma] São os frutos perpétuos para todo o momento. O servo encontra seu sabor, vive sua doçura e se move entre seus prazeres. Cada vez que a pessoa sobre na escala da purificação, esses frutos aumentam de igual maneira.” Ibn Qaiim acrescentou:

“Não pensem que as palavras de Allah: ‘Sabei que os piedosos estarão em deleite; Por outra, os ignóbeis, irão para a fogueira’ (82:13-14), limitam-se somente aos prazeres e os inferno da próxima vida. Na realidade, aplicam-se às três etapas [dos seres humanos], quer dizer, a vida neste mundo, a vida no al barzaq [depois da morte e antes da ressurreição, ou seja, no túmulo] e a vida na morada eterna. As almas purificadas vivem com prazer, enquanto as outras estão num inferno. Acaso o prazer não é o prazer do coração e o castigo, o castigo do coração? Que castigo pode ser mais duro que o medo, a preocupação, a ansiedade e a intranqüilidade que sofrem aqueles cujas almas não estão purificadas? [Que pode ser mais duro] Que afastar-se de Allah e da morada da próxima vida, aferrar-se a algo que não é Allah e estar desconectado d’Ele?” (Muhammad ibn al-Qaiim, Al-Jawaab al-Kaafi liman Sa`ala an al-Dawaa al-Shaafi  (Beirute: Dar al-Kutub al-Ilmiyyah, 1983), pg. 88-89.)

Trecho do Livro Manual do Novo Muçulmano, Jamaal Zarabozo


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