A Sunnah é Revelação: Evidências do Qur’an e da Tradição Profética
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No Islam, a base da fé repousa firmemente sobre duas fontes reveladas: o Qur’an e a Sunnah autêntica do Profeta Muhammad ﷺ. Embora o Qur’an seja a palavra literal de Allah revelada diretamente ao Profeta Muhammad ﷺ através do anjo Gabriel (Jibril), muitos esquecem ou desconhecem que a Sunnah também é considerada uma forma essencial de revelação divina.
Allah diz claramente no Qur’an:
“E não fala por capricho. Ele (Muhammad ﷺ) não fala senão uma revelação que lhe é revelada.” (Surah an-Najm, 53:3-4)
Esses versículos são provas explícitas de que as palavras e ações do Profeta Muhammad ﷺ em questões religiosas não são fruto de opiniões pessoais, mas sim guiadas e instruídas diretamente por Allah. Por isso, os ensinamentos do Profeta têm tanta autoridade quanto o próprio Qur’an na definição de práticas religiosas, ética e moralidade islâmica.
A Sunnah como Revelação Complementar ao Qur’an
O Qur’an frequentemente apresenta princípios gerais que necessitam ser esclarecidos, detalhados e exemplificados. É justamente aí que a Sunnah desempenha seu papel fundamental. Por exemplo, o Qur’an ordena o estabelecimento das orações (Salah), mas não explica explicitamente o número de rak’ahs em cada oração nem todos os detalhes de como realizá-las. Quem esclarece esses detalhes é o Profeta Muhammad ﷺ através de sua prática e palavras transmitidas na Sunnah.
O Profeta ﷺ disse: “Rezem como vocês me viram rezar.” (Bukhari, 631). Esta declaração demonstra que o detalhamento dos atos de adoração foi revelado diretamente ao Profeta ﷺ para que ele o transmitisse fielmente à sua Ummah (comunidade).
Exemplos que Demonstram a Autoridade Revelatória da Sunnah
Um exemplo evidente é o jejum do mês de Ramadan. O Qur’an ordena que os muçulmanos jejuem nesse mês sagrado (2:183), porém são as tradições do Profeta ﷺ que esclarecem as regras, as exceções válidas, os momentos exatos de início e fim do jejum, e o que quebra ou invalida um jejum.
Outro exemplo poderoso é o Hajj (peregrinação a Meca). O Qur’an cita o dever da peregrinação (3:97), mas é a Sunnah que detalha minuciosamente cada ritual específico dessa grande adoração, como a circunvolução em torno da Ka’bah (Tawaf), a permanência no monte Arafat e o apedrejamento dos pilares em Mina.
Confirmações dos Sahabah e dos Salaf sobre a Sunnah como Revelação
Os Companheiros do Profeta Muhammad ﷺ (Sahabah) eram plenamente conscientes de que seguir a Sunnah não era algo opcional ou menos importante. Abdullah ibn Mas’ud (que Allah esteja satisfeito com ele) disse:
“Allah amaldiçoou aquelas mulheres que tatuam e as que pedem tatuagens… Por que não amaldiçoaria aqueles que eu mesmo amaldiçoei se está escrito no Livro de Allah: ‘E o que o Mensageiro vos dá, aceitai-o, e o que vos proíbe, abstende-vos dele.’ (Surah al-Hashr, 59:7)” (Bukhari, 4886)
Esta compreensão reflete a clara percepção de que a obediência ao Profeta ﷺ é equivalente à obediência direta a Allah.
As Consequências de Ignorar a Sunnah como Revelação
Ignorar ou rejeitar a Sunnah implica automaticamente na perda de uma compreensão completa e correta do Islam. Muitas práticas fundamentais ficam incompletas ou incorretas quando a Sunnah é negligenciada. Esse desvio abre portas para interpretações pessoais, inovações religiosas (bid’ah) e, eventualmente, à fragmentação da comunidade muçulmana em grupos que se desviam dos ensinamentos proféticos.
Portanto, o entendimento correto do status revelatório da Sunnah não é apenas teórico, mas profundamente prático, impactando diretamente a vida cotidiana e espiritual de cada muçulmano.
Em resumo, a Sunnah é uma fonte indispensável de orientação divina. Ela explica, complementa e especifica a palavra de Allah revelada no Qur’an. Compreender essa realidade é essencial para todos aqueles que buscam sinceramente seguir o Islam autêntico, preservando sua fé e prática de erros e desvios.
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