O Islam lança aos Não-muçulmanos um Olhar de Piedade e Compaixão?

Pergunta: Como o Islam vê a humanidade? Ele incentiva o amor ao próximo enquanto seres humanos, apesar de suas religiões e raças?

Resposta: O olhar que o Islam tem sobre a humanidade é cheio de piedade e compaixão. Não pode ser de outra forma, porque o Islam é a última religião estabelecida por Allah Altíssimo que deu a todos a ordem de se converter. Foi Allah quem revelou esta religião no coração da mais compassiva entre todas as suas criaturas, Muhammad ?, como confirmado pelo versículo do livro de Allah Altíssimo, o Poderoso e Majestoso:

"E não te enviamos, senão como misericórdia para a humanidade." (Alcorão 21:107).

Ordens expressas através do Alcorão e na Sunnah pedem aos muçulmanos para chamar as pessoas a aderirem à fé na unicidade absoluta de Allah e de dispensar de seu tempo, de seus bens e sua vida para esta causa (convidar a humanidade ao Islam). Este chamado é apenas uma misericórdia para a humanidade, pois convida a tirar as pessoas da servidão aos seus semelhantes para entregarem-se à adoração do Senhor dos crentes e levá-los para longe das dificuldades desta vida mundana e permitir-lhes desfrutar da facilidade da vida futura.

O Islam ordena a caridade para com os pais, mesmo que eles estejam tentando desviar os filhos do Islam e ordenando aos filhos a continuar na descrença e politeísmo. A este respeito Allah Altíssimo diz:

"E recomendamos ao Homem benevolência para com os seus pais. Sua mãe o suporta, entre dores e dores, e sua desmama aos dois anos. (E lhe dizemos): Agradece a Mim e aos teus pais, porque o retorno será a Mim." (Alcorão 31: 14).

O Islam recomenda benevolência para com os vizinhos, mesmo que eles não sejam muçulmanos.

Al-Qurtubi (???? ????) disse:

"A benevolência para com o vizinho, seja ele muçulmano ou não, é recomendada. Esta opinião é correta. A benevolência pode assumir a forma de consolação, e consistir no bom trato com os vizinhos, evitando-lhe um incômodo e tomando a sua defesa. Al-Bukhari narrou de Aisha que o Profeta ? disse: "O anjo Gabriel insistiu em me recomendar a benevolência para com o vizinho ao ponto que eu pensei que ele iria atribuir-lhe uma parte de meus bens". Foi narrado a partir Abu Shurayh que o Profeta ? disse: "Juro por Allah, não será crente ...! Juro por Allah, não será crente ...! Juro por Allah, não será crente ...!", foi perguntado "Quem, ó Mensageiro de Allah?". Ele respondeu: "Aquele cujo vizinho não está a salvo de seu incômodo". Isso se aplica a qualquer vizinho, muçulmano ou não.

O Profeta ?, salientou a necessidade de evitar danos ao seu vizinho jurando três vezes e afirmando que aquele que prejudica o seu vizinho não alcançará a fé. Então o crente deve ser cauteloso em não prejudicar o seu vizinho e deve manter-se longe do que Allah e Seu Mensageiro proibiram e buscar o que lhes dá satisfação, como Ele recomenda aos seus servos crentes.

É neste sentido que Allah Altíssimo disse:

"Allah nada vos proíbe, quanto aqueles que não vos combateram pela causa da religião e não vos expulsaram dos vossos lares, nem que lideis com eles com gentileza e equidade, porque Allah aprecia os equitativos. Allah vos proíbe tão-somente entrar em privacidade com aqueles que vos combateram na religião, vos expulsaram de vossos lares ou que cooperaram na vossa expulsão. Em verdade, aqueles que entrarem em privacidade com eles serão iníquos." (Alcorão 60: 8-9)

Isso quer dizer que Allah não proíbe de fazer o bem, de manter os laços familiares, trocas de gentilezas, de adotar uma atitude justa para com os politeístas dentre seus parentes e outros desde que eles não se empenhem em uma luta contra a religião e não o persigam para despejá-lo do seu lar. Não há então nenhum problema em manter uma boa relação com eles, uma vez que tais atitudes não implicariam em nada de repreensível ou prejudicial."

De acordo com Abdullah ibn Amr, o Profeta ? disse: "Quem mata um dos protegidos (não-muçulmano vivendo sob proteção dos muçulmanos) não irá cheirar a fragrância do Paraíso, que, porém, é perceptível a uma distância de quarenta anos de caminhada." (Relatado por al-Bukhari, 2995). Aqui se trata de uma pessoa que passou um acordo que a liga aos muçulmanos, um acordo baseado no pagamento de dízimos ou na observância de uma trégua concedida pela autoridade pública ou uma garantia dada por um muçulmano.

O mesmo hadith narra: "Atenção! No Dia da Ressurreição, eu vou ser o adversário de quem prejudicar um protegido ou o tratar com inferioridade ou impor uma carga que excede a sua capacidade ou confiscar-lhe algumas coisas contra a sua vontade." (Narrado por Abu Dawud, 3052 e classificado autêntico por al-Albani em Sahih Abu Dawud).

Quem vem para nossas terras afim de trabalhar ou fazer comércio e recebe permissão para entrar é considerado um protegido cuja segurança é garantida. Portanto, não é permitido agredi-lo. Foi comprovado que o Profeta ? disse: "Aquele que matar um protegido não sentirá o cheiro do Paraíso".

Nós, somos muçulmanos submissos à ordem de Allah, O Poderoso e Majestoso. Nós respeitamos os compromissos do Islam para com os protegidos e aqueles cuja segurança é garantida. Qualquer pessoa que viole estes compromissos agiu mal contra o Islam e o iguala ao terrorismo, traição e desrespeito à palavra dada. Aquele que está em conformidade com o Islam e respeita os seus acordos e contratos, é aquele de quem esperamos o bem e a felicidade. Neste contexto, o Altíssimo diz:

"Não vos auxilieis mutuamente no pecado e na hostilidade." (Alcorão 5: 2)

"Ó crentes, sede perseverantes na causa de Allah e prestai testemunho, a bem da justiça; que o ódio aos demais não vos impulsione a serdes injustos para com eles. Sede justos, porque isso está mais próximo da piedade, e temei a Allah, porque Ele está bem inteirado de tudo quanto fazeis. "(Alcorão 5: 8).

Observem o que esses versículos nobres ensinam em termos de nobre moral. A ordem que você deve executar é tratar quem desobedece a Allah quando se relaciona com você (de maneira injusta), você deve obedecer a Allah em seu relacionamento com esta pessoa (tratando de maneira justa).

 

Além do que foi dito, temos de nos concentrar sobre essas realidades importantes:

1. O Que a Terra e seu povo têm visto não é de nenhuma forma comparável ao que os muçulmanos fizeram. Nas duas guerras mundiais foram 70 milhões de vítimas, e eram "guerras cristãs". A ocupação de países muçulmanos e saques aos seus recursos foram e ainda são o trabalho de "incrédulos" de todas as confissões. Deve-se levar em conta essa realidade histórica ao falar sobre a visão que o Islam estabelece sobre a humanidade, e a ênfase que o Islam dá ao amor e à compaixão. Que os historiadores justos por favor comparem as conquistas muçulmanas em outros países com as campanhas dos cruzados, por exemplo, para ver como os dois aconteceram. Isto permitirá ver claramente a diferença entre a compaixão e a crueldade, e entre o amor e o ódio, entre a vida e a morte.

2. O que já dissemos sobre a visão que o Islam lança sobre os não-muçulmanos e as suas disposições refletem o maior amor, a maior compaixão e piedade, tudo isso não significa que devemos esconder as disposições do Islam que alguns falsificadores podem desnaturar. Exemplos:

A. O Islam proíbe o sentimento de um profundo amor para com os incrédulos, fazer alianças com eles é razoável. Devemos distinguir entre o tratamento correto, justiça, compaixão e misericórdia que nos pediu para ser mostrado para com o não-muçulmano que não nos declara a guerra, por um lado, e o que é proibido, de facto, é nutrir profundo amor para com os não-muçulmanos como já mencionado por causa de sua recusa em acreditar em Allah, o Senhor do Universo, e sua rejeição do Islam.

B. Não estamos autorizados a casar nossas filhas e irmãs com qualquer descrente. No entanto, estamos autorizados a nos casar com mulheres judias e cristãs castas. Sem dúvida, a fé na unidade absoluta de Allah desempenha um papel fundamental nessa disposição. A conversão ao Islam da mulher judia ou cristã que se casa com um muçulmano é possível, mesmo muito provável.

C. O fato de que a muçulmana, se ela se casa com um não-muçulmano para ser tentada a desistir de sua religião, é possível e mesmo muito provável. A disposição que proíbe esta união é muito baseada na compaixão que transmite os ensinamentos desta grande religião. Simpatiza-se com a judia e a cristã e espera-se que ela irá se converter e se solidariza com a muçulmana evitando que ela abandone sua religião.

D. O Islam não prevê o uso da coerção para converter alguém, visto que a sinceridade na adesão à fé islâmica é uma condição essencial de admissão ao Islam. Neste contexto, o Altíssimo disse, "Não há compulsão na religião."

E. A Lei no Islam prevê o apedrejamento até a morte para o autor de adultério, a amputação da mão de um ladrão, flagelação para aqueles que põem em causa a honra de um inocente. Esta legislação não nos inspira a vergonha. Pelo contrário, acreditamos firmemente que toda a Terra precisa implementá-la. Aqueles que as adotaram obtiveram segurança para as suas vidas, os seus bens e suas honras de maneira a abrigar-lhes longe de todo o perigo.

Qualquer pessoa de bom senso que medita sobre estas disposições vai saber que elas foram criadas para evitar desde o começo que as coisas proibidas sejam praticadas. Quem quer que reflita sobre a vida de outras nações e observe a disseminação do estupro, a frequência dos roubos e assassinatos, vai saber que há uma necessidade urgente para acabar com isso, e que as disposições do Islam contêm sabedoria, compaixão, equidade, justiça e reforma.

Fonte: Islam QA