Ruqayah – a 3ª filha do Profeta ﷺ

Ruqayah foi uma das filhas do Profeta Muhammad ﷺ, nascida de sua primeira esposa, Khadijah bint Khuwaylid. Pertencente à nobre linhagem hachemita, ela era uma das queridas filhas do líder da humanidade, o Profeta Muhammad ﷺ.

Casamento e Divórcio

Ruqayah foi inicialmente casada com Uthman ibn Abi Lahab, filho de Abu Lahab, antes de completar dez anos de idade. Sua irmã, Umm Kulthum, também foi casada com outro filho de Abu Lahab, Utaybah. No entanto, após a revelação da surata Al-Lahab (Al-Masad), que condenava Abu Lahab e sua esposa, Umm Jamil, ambos os filhos obedeceram à ordem de seus pais e se divorciaram das filhas do Profeta ﷺ. Esse divórcio aconteceu antes de Ruqayah e sua irmã terem se mudado para a casa dos maridos, como resultado da intensa hostilidade que Abu Lahab e sua esposa tinham em relação ao Profeta e sua mensagem.

A Conversão ao Islam e a Migração para a Abissínia

Ruqayah abraçou o Islam ao lado de sua mãe, Khadijah, e suas irmãs, jurando lealdade ao Profeta Muhammad ﷺ. Nascida quando o Profeta tinha 33 anos, ela tinha aproximadamente sete anos de idade quando seu pai recebeu a revelação. Assim, ela cresceu vendo os desafios que sua família enfrentava ao seguir o caminho de Allah.

Ela era conhecida como “Umm Abdullah” após o nascimento de seu filho, e também como “a das duas migrações”, por ter migrado tanto para a Abissínia quanto para Madinah.

Quando seu segundo marido, Uthman ibn Affan (que Allah esteja satisfeito com ele), decidiu migrar para a Abissínia devido à perseguição dos muçulmanos em Meca, o Profeta ﷺ aconselhou que ele levasse Ruqayah consigo. Uthman, demonstrando afeto por sua esposa, comentou: “É difícil para um de nós ser paciente sem sua companheira”. Assim, ambos embarcaram nessa difícil jornada juntos, sob as bênçãos do Profeta. De acordo com relatos, o Profeta ﷺ mencionou a Uthman e Ruqayah como “os primeiros a migrar após Ló e Abraão” (que a paz esteja com eles).

O Casamento com Uthman ibn Affan

Depois do divórcio de Uthman ibn Abi Lahab, Ruqayah se casou com Uthman ibn Affan, um dos primeiros muçulmanos e um dos dez companheiros do Profeta ﷺ garantidos com o paraíso. Uthman, além de ser uma figura de destaque entre os Quraysh, era conhecido por seu caráter nobre, sua generosidade e sua fé firme. Ele veio de uma família rica e respeitada, mas, acima de tudo, foi agraciado com a honra de ser genro do Profeta ﷺ.

Ruqayah e Uthman formaram um casal devoto, cuja fé no Islam era mais preciosa do que qualquer riqueza ou posição social. Eles enfrentaram juntos os desafios e perseguições dos Quraysh, com Ruqayah se sentindo abençoada por ter um marido tão piedoso e paciente. O casal foi agraciado com um filho, Abdullah, que trouxe grande alegria a ambos.

A Morte de Ruqayah

Ruqayah faleceu em Madinah durante a preparação de seu marido Uthman para a Batalha de Badr, um dos eventos mais significativos da vida do Profeta Muhammad ﷺ. Na ocasião, Uthman pediu permissão ao Profeta para permanecer em Madinah e cuidar de sua esposa doente. O Profeta concedeu a permissão, e Ruqayah faleceu no dia anterior à vitória em Badr.

Com apenas 22 anos, Ruqayah foi sepultada no cemitério de Al-Baqi, em Madinah. Sua morte foi um grande golpe para o Profeta ﷺ e para Uthman, que a amavam profundamente. Zaid ibn Harithah trouxe a notícia da vitória em Badr enquanto Ruqayah já havia sido enterrada.

Um Legado de Fé e Sacrifício

Ruqayah é lembrada como uma heroína das duas migrações, alguém que suportou pacientemente as dificuldades em nome da fé. Seu papel na história islâmica é significativo não apenas por ser filha do Profeta, mas também por ser uma das primeiras muçulmanas a enfrentar as provações do caminho de Allah.

Que Allah tenha misericórdia de Ruqayah, que Seu perdão seja estendido a ela e que Seu amor envolva sua família: seu pai, Muhammad ﷺ, sua mãe, Khadijah, suas irmãs, seu filho Abdullah e todos os valentes mártires da Batalha de Badr. Que a paz e as bênçãos de Allah estejam sobre todos eles, bem como sobre os muçulmanos que dedicaram suas vidas para defender a verdade e o monoteísmo até o Dia do Juízo Final.

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