A História de Ismail – Ibn Kathir
Um dia, Ibrahim acordou e pediu à sua esposa Hajar para pegar seu filho e se preparar para uma longa jornada. Em poucos dias, Ibrahim partiu com sua esposa Hajar e seu filho Ismail (Clique aqui para ler mais sobre a história de Ibrahim, alaihi salam). A criança ainda estava amamentando.
Ibrahim caminhou por terras cultivadas, desertos e montanhas até chegar ao deserto da Península Arábica, a um vale não cultivado, sem frutas, sem árvores, sem comida, sem água. O vale não tinha sinal de vida. Depois que Ibrahim ajudou sua esposa e filho a desmontar, ele os deixou com uma pequena quantidade de comida e água que dificilmente daria para 2 dias. Ele se virou e foi embora. Sua esposa correu atrás dele perguntando: “Para onde você vai, Ibrahim, deixando-nos neste vale árido?”
Ibrahim não respondeu, continuou andando. Ela repetiu o que havia dito, mas ele permaneceu em silêncio. Finalmente ela entendeu que ele não estava agindo por iniciativa própria, ela percebeu que Allah o havia ordenado a fazer aquilo. Ela perguntou: “Allah ordenou que você fizesse isso?” Ele respondeu: “Sim”. Então, sua maravilhosa esposa disse: “Não vamos nos desesperar, pois Allah, que te ordenou, está conosco.” Ibrahim invocou Allah, Todo-Poderoso assim:
“Senhor nosso! Por certo, eu fiz habitar parte de minha descendência em vale sem searas, junto de Tua Casa Sagrada – Senhor nosso! – para que eles cumpram a oração. Então, faze que os corações de parte dos homens se precipitem, a eles, com fervor. E dá-lhes dos frutos, por sustento, na esperança de serem agradecidos. Senhor nosso! Por certo, Tu sabes o que escondemos e o que manifestamos. E nada se esconde de Allah na terra nem no céu.” [Surah Ibrahim, 14:37-38]
A história de Ismail narrada por Ibn ‘Abbas:
“A primeira mulher a usar um cinto foi a mãe de Ismail. Ela usou um cinto para que pudesse esconder seus rastros de Sara (arrastando-o, pelo caminho). Ibrahim a levou e também seu filho Ismail, enquanto ela o amamentava, para um lugar perto da Ka’bah, debaixo de uma árvore no local do poço de Zamzam, no lugar mais alto da mesquita. Durante aqueles dias não havia ninguém em Makkah, nem havia água, então ele os fez sentar ali e colocou perto dos dois uma bolsa de couro contendo algumas tâmaras e um pequeno odre contendo um pouco de água e partiu de volta para casa.
A mãe de Ismail o seguiu dizendo: ‘Ó Ibrahim! Onde você vai nos deixando em um vale onde não há uma pessoa sequer cuja companhia possamos desfrutar, nem há nada para desfrutar?” Ela repetiu isso para ele muitas vezes, mas ele não a olhou. Então, ela perguntou a ele, ‘Allah ordenou que você fizesse isso?’ Ele disse ‘sim.’ Ela então, respondeu: ‘Então, Ele não nos negligenciará’, e voltou enquanto Ibrahim prosseguia sua viagem. Ao chegar à thaniyah onde os dois não podiam vê-lo, ele se voltou para a Ka’bah e erguendo ambas as mãos, invocou Allah dizendo a seguinte oração:
“Senhor nosso! Por certo, eu fiz habitar parte de minha descendência em vale sem searas, junto de Tua Casa Sagrada – Senhor nosso! – para que eles cumpram a oração. Então, faze que os corações de parte dos homens se precipitem, a eles, com fervor. E dá-lhes dos frutos, por sustento, na esperança de serem agradecidos.” [Surah Ibrahim, 14:37]
“A mãe de Ismail continuou amamentando Ismail e bebendo da água (que ele havia deixado). Quando a água do odre acabou, ela ficou com sede e seu filho também. Ela olhou para ele (Ismail) se contorcendo em agonia. Ela o deixou, pois não suportava olhá-lo, e descobriu que a montanha de as-Safa era a montanha mais próxima dela, naquela terra. Ela subiu as-Safa e começou a olhar atentamente para o vale, com a esperança de ver alguém, mas não conseguia ver ninguém. Então, ela desceu as-Safa e quando chegou no vale, ela segurou sua vestimenta e correu no vale como uma pessoa em perigo, até que cruzou o vale todo e chegou à montanha de al-Marwa. Lá subiu e olhou esperando ver alguém, mas não conseguia ver ninguém. Ela repetiu essa corrida entre as-Safa e al-Marwa sete vezes.”
Os Rituais do Hajj
O Profeta Muhammad, que a paz esteja sobre ele, disse:
“Esta é a fonte da tradição do sa’i (rituais do hajj, peregrinação) o percurso das pessoas entre elas (ou seja, as montanhas de as-Safa e al-Marwa). Quando Hajar chegou a al-Marwa (pela última vez), ela ouviu uma voz e pediu a si mesma para ficar quieta e ouvir atentamente. Ela ouviu a voz novamente e disse: ‘Ó quem quer que seja! Você me fez ouvir sua voz; você tem algo para me ajudar?’ E eis que ela viu um anjo no lugar do Zamzam, cavando a terra com seu calcanhar (ou sua asa) até que a água fluísse daquele lugar. Ela uniu as mãos como uma bacia e começou a encher de água o seu odre, com as mãos…”
O Profeta acrescentou:
“Que Allah conceda misericórdia à mãe de Ismail! Se ela tivesse deixado o Zamzam fluir sem tentar controlá-lo, ou se ela não tivesse escavado aquela água para encher seu odre de água, Zamzam teria sido um riacho fluindo na superfície da Terra.
Então, ela bebeu água e amamentou seu filho. O anjo disse a ela: ‘Não tenha medo de ser negligenciada, pois esta é a Casa de Allah que será construída por este menino e seu pai, e Allah nunca negligencia Seu povo.’ A Casa (Ka’bah) naquela época ficava em um lugar alto, semelhante a uma colina, e quando as torrentes vinham, elas fluíam para a direita e para a esquerda.
O Começo de uma cidade
Ela viveu assim até que algumas pessoas da tribo de Jurhum ou uma família de Jurhum passou por ela e seu filho enquanto eles (o povo Jurhum) vinha pelo caminho da Ka’bah. Eles desembarcaram na parte inferior de Makkah onde eles viram um pássaro que tinha o hábito de voar ao redor da água. Eles disseram: ‘Este pássaro deve estar voando ao redor da água, embora saibamos que não há água neste vale.’ Eles enviaram um ou dois mensageiros que descobriram a fonte de água e voltaram para informá-los. Assim, todos eles vieram em direção à água. A mãe de Ismail estava sentada perto da água. Eles perguntaram a ela: ‘Você nos permite ficar com você?’ Ela respondeu: ‘Sim, mas você não terá o direito de possuir a água.’ Eles concordaram com isso. A mãe de Ismail ficou satisfeita com toda a situação, pois ela adorava desfrutar da companhia das pessoas, então eles se estabeleceram lá, e depois mandaram chamar suas famílias que vieram e se estabeleceram também, dessa forma alguns se tornaram residentes permanentes ali. A criança (Ismail) cresceu e aprendeu o árabe com aquelas pessoas e (suas virtudes) as fizeram amá-lo e admirá-lo enquanto ele crescia. Quando ele atingiu a puberdade as pessoas o fizeram se casar com uma mulher dentre eles .
As Visitas de Ibrahim (que a paz esteja sobre ele)
Depois que a mãe de Ismail morreu, Ibrahim veio após o casamento de Ismail para ver a família que ele havia deixado antes, mas ele não encontrou Ismail lá. Quando ele perguntou à esposa de Ismail sobre ele, ela respondeu: ‘Ele saiu em busca de meios de subsistência.’ Então, ele perguntou a ela sobre seu modo de vida e sua condição, e ela respondeu: ‘Estamos vivendo na pobreza; estamos vivendo em dificuldades e na miséria’, reclamando com ele. Ele disse: ‘Quando seu marido voltar, transmita minhas saudações a ele e diga a ele para mudar a soleira da porta (de sua casa).’
Quando Ismail chegou, ele parecia ter sentido algo incomum, então perguntou à esposa: ‘Alguém visitou você?’ Ela respondeu, ‘Sim, um velho de tal e tal descrição veio e me perguntou sobre você e eu o informei e ele perguntou sobre nosso estado de vida e eu disse a ele que estávamos vivendo em dificuldades e pobreza.’ Nisso Ismail disse: ‘Ele te aconselhou alguma coisa?’ Ela disse: ‘Sim, ele me disse para transmitir uma saudação a você e dizê-lo para mudar a soleira de seu portão.’ Ismail disse: ‘Foi meu pai e ele ordenou que eu me divorciasse de você. Volte para sua família. Então, Ismail se divorciou dela e se casou com outra mulher dentre eles (Jurhum).
Ibrahim ficou longe deles pelo período de tempo que Allah desejou e os procurou novamente, mas não encontrou Ismail. Então, ele foi até a esposa de Ismail e perguntou a ela sobre Ismail. Ela disse: ‘Ele foi em busca de nosso sustento.’ Ibrahim perguntou a ela: ‘Como você está indo?’ Perguntando-lhe sobre seu sustento e condição. Ela respondeu: ‘Somos prósperos e bem de vida (temos tudo em abundância).’ Então ela agradeceu a Allah. Ibrahim disse: ‘Que tipo de comida você come?’ Ela respondeu: ‘Carne’. Ele perguntou: ‘O que você bebe?’ Ela respondeu: ‘Água.’ Ele disse, ‘Ó Allah! Abençoe sua comida e sua água.'” O Profeta, que a paz esteja sobre ele, acrescentou: “Naquela época eles não tinham grãos, e se tivessem grãos ele também teria invocado Allah para abençoá-los. Se alguém tiver apenas essas duas coisas como seu sustento, sua saúde e disposição irá se afetar gravemente, a menos que viva em Makkah”.
Então, Ibrahim disse à esposa de Ismail: ‘Quando seu marido vier, dê-lhe meus cumprimentos e diga-lhe que ele deve manter firme a soleira de sua porta.’ Quando Ismail voltou, perguntou à esposa: ‘Alguém visitou você?’ Ela respondeu: ‘Sim, um velho bonito veio até mim.’ Ela o elogiou e acrescentou: ‘Ele perguntou sobre você e eu o informei que estávamos em boas condições.’ Ismail perguntou a ela: ‘Ele lhe deu algum conselho?’ Ela disse: ‘Sim, ele me disse para cumprimentá-lo e ordenou que você mantivesse firme a soleira de sua porta.’ Diante disso, Ismail disse: ‘Foi meu pai quem veio, e você é a soleira da porta. Ele me ordenou que a mantivesse comigo.’
Ibrahim ficou longe deles pelo período que Allah desejou e os chamou depois. Ele viu Ismail debaixo de uma árvore perto do Zamzam, afiando suas flechas. Quando ele viu Ibrahim, levantou-se para recebê-lo (e eles se cumprimentaram como um pai faz com seu filho ou um filho faz com seu pai). Ibrahim disse: ‘Ó Ismail! Allah me deu uma ordem.’ Ismail disse: ‘Faça o que seu Senhor ordenou que fizesse.’ Ibrahim perguntou: ‘Você vai me ajudar?’ Ismail respondeu: ‘Eu o ajudarei’. Ibrahim disse: ‘Allah me ordenou construir uma casa aqui’, apontando para uma colina mais alta do que a terra ao seu redor. Assim, eles ergueram os alicerces da Casa (Ka’bah).
Ismail trouxe as pedras enquanto Ibrahim construía e quando as paredes se tornaram altas, Ismail trouxe esta pedra e colocou-a para Ibrahim que ficou sobre ela e continuou construindo. Enquanto Ismail estava entregando as pedras, e ambos diziam:
“Senhor nosso! Aceita-a de nós. Por certo, Tu, Tu és O Oniouvinte, O Onisciente [Al-Suratul Baqara, 2:127]” (Sahih Bukhari)
Uma versão ligeiramente diferente:
“Quando Ibrahim teve diferenças com sua esposa (por causa do ciúme dela à Hajar, mãe de Ismail), ele levou embora Ismail e sua mãe. Eles tinham um odre com água contendo um pouco de água. A mãe de Ismail costumava beber água do odre para que seu leite aumentasse para seu filho. Quando Ibrahim chegou a Makkah, ele a fez sentar debaixo de uma árvore e depois voltou para casa. A mãe de Ismail o seguiu e quando chegaram em Kada, ela o chamou por trás, ‘Ó Ibrahim! Com quem você está nos deixando?’ Ele respondeu, ‘(estou deixando vocês) aos cuidados de Allah.’ Ela disse: ‘Estou satisfeita por estar com Allah.’ Ela voltou para seu lugar e começou a beber água do odre e seu leite aumentou para seu filho.
Quando a água acabou, ela disse para si mesma: ‘É melhor eu ir procurar alguém.’ Ela subiu a montanha as-Safa e esperou ver alguém, mas em vão. Quando ela desceu ao vale, ela correu até chegar a al-Marwa. Ela percorreu o caminho entre as duas montanhas muitas vezes. Então, ela disse para si mesma; ‘é melhor eu verificar o estado da criança.’ Ela foi e encontrou-o em estado crítico, a ponto de morrer. Ela não suportou vê-lo morrer e disse para si mesma: ‘Se eu for procurar, posso encontrar alguém.’ Ela foi e subiu a montanha al-Safa e procurou por um longo tempo, mas não conseguiu encontrar ninguém. Assim, ela completou sete voltas de corrida entre as-Safa e al-Marwa. Novamente ela disse para si mesma, ‘É melhor eu voltar e ver o estado da criança.’ Mas, de repente ela ouviu uma voz, e ela disse para aquela voz estranha: ‘Ajude-nos se puder oferecer alguma ajuda.’ Era Gabriel (Jibril). Jibril bateu na terra com o calcanhar assim [Ibn Abbas bateu na terra com o calcanhar para ilustrar], e então a água jorrou. A mãe de Ismail ficou surpresa e começou a cavar.”
Abul-Qasim, o Profeta, que a paz esteja sobre ele, disse: “Se ela tivesse deixado a água (fluir naturalmente, sem nenhuma intervenção), esta estaria fluindo na superfície da terra (como um rio).”
Ibn ‘Abbas continuou narrando:
“A mãe de Ismail começou a beber da água, e seu leite aumentou para seu filho. Depois, uns viajantes da tribo de Jurhum viram alguns pássaros enquanto passavam pelo fundo do vale e isso os espantou. Eles disseram, ‘Pássaros só podem ser encontrados em um lugar onde haja água.’ Eles, então, enviaram um mensageiro que vasculhou o local e encontrou a água e voltou para informá-los sobre isso. Em seguida, todos foram até lá e disseram: ‘Ó mãe de Ismail! Você nos permite ficar com você (ou seja, habitar aqui)?’ E, assim, eles ficaram lá.
(e Ibn Abbas relatas as 2 visitas de Ibrahim às 2 noras – como relatado acima)
Abul-Qasim (o Profeta) que a paz esteja sobre ele disse: “Por causa da invocação de Ibrahim, há bênçãos em Makkah.” Ibn ‘Abbas continuou: “Mais uma vez, Ibrahim pensou em visitar sua família que havia deixado em Makkah e ele disse à sua esposa (Sara) sobre sua decisão. Ele foi e encontrou Ismail atrás do poço Zamzam, consertando suas flechas. Ele disse: ‘Ó Ismail, seu Senhor me ordenou que construísse uma casa para Ele.’ Ismail disse, ‘Obedeça à ordem de seu Senhor.’ Ibrahim respondeu, ‘Allah também me ordenou que você me ajudasse nisso.’ Ismail disse, ‘Então eu ajudarei.’ Enquanto trabalhavam ambos diziam:
“Senhor nosso! Aceita-a de nós. Por certo, Tu, Tu és O Oniouvinte, O Onisciente [Al-Suratul Baqara, 2:127]”
Quando a construção ficou alta e o velho (Ibrahim) não podia mais erguer as pedras para uma posição tão alta, ele ficou de pé sobre a pedra de al-maqam e Ismail continuou entregando-lhe as pedras e ambos disseram:
“Senhor nosso! Aceita-a de nós. Por certo, Tu, Tu és O Oniouvinte, O Onisciente.”
Allah, Todo-Poderoso, nos contou sobre a aflição de Ibrahim com seu filho amado:
“E ele disse após seu resgate do fogo: “Em verdade! Estou indo para o meu Senhor. Ele me guiará! Meu Senhor! Conceda-me (prole) do justo.’ Então, demos a ele as boas novas de um menino tolerante. E quando ele (seu filho) tinha idade suficiente para andar com ele, ele disse: ‘Ó meu filho! sacrifício a Allah), então veja o que você acha?’ Seu filho disse, ‘Ó meu pai! Faça o que lhe foi ordenado insha’Allah (se Allah quiser), você me achará paciente.’
“E ele disse: “Por certo, vou aonde meu Senhor me ordena; Ele me guiará. Senhor meu! Dadiva-me com um filho, dos íntegros. Então, alvissaramo-lhe um filho clemente. E, quando atingiu a idade de labutar com ele, este disse: “Ó meu filho! Por certo, vi em sonho que te imolava. Então, olha, que pensas disso?” Ismael disse: “Ó meu pai! Faze o que te é ordenado. Encontrar-me-ás entre os perseverantes, se Allah quiser.” E, quando ambos se resignaram, e o fez tombar, com a fronte na terra, livramo-lo e chamamo-lo: “Ó Abraão! Com efeito, confirmaste o sonho. Por certo, assim recompensamos os benfeitores. Por certo, essa é a evidente prova. E resgatamo-lo com imolado magnífico. E deixamos esta bênção sobre ele, na posteridade: Que a paz seja sobre Abraão! Assim, recompensamos os benfeitores. Por certo, ele era de Nossos servos crentes.” [Suratus Saffat, 37:99-111]
A visita dos anjos a Ibrahim e Sara
O tempo passou. Um dia, Ibrahim estava sentado do lado de fora de sua tenda pensando em seu filho Ismail e no sacrifício de Allah. Seu coração estava cheio de admiração e amor por Allah por Suas inúmeras bênçãos. Uma lágrima caiu de seus olhos e o lembrou seu filho amado Ismail.
Nesse meio tempo, três anjos desceram à terra; Jibril, Israfil e Mikail. Eles vieram em formas humanas e saudaram Ibrahim. Ibrahim saudou e os acolheu. Ele os levou para dentro de sua tenda pensando que eram estranhos viajantes e convidados. Ele os sentou e se certificou de que estavam confortáveis, então pediu licença para ir para seu povo.
Sua esposa Sara levantou-se quando ele entrou. Ela havia envelhecido e tinha cabelos brancos. Ibrahim disse a ela: “Temos três estranhos na casa.” “Quem são eles?”, ela perguntou. “Eu não conheço nenhum deles”, respondeu ele. “Que comida temos?”, ele perguntou … “Metade de uma ovelha”, ela respondeu, “Metade de uma ovelha?! Abata um bezerro gordo para eles; eles são estranhos e convidados”, ele ordenou ao sair.
Os servos assaram e serviram um bezerro. Ibrahim convidou os anjos para comer e começou a comer para incentivá-los. Ele continuou, mas quando olhou para seus convidados para garantir que eles estavam comendo, ele notou que nenhum deles havia tocado na comida. Ele falou: “Vocês não vão comer?” Ele voltou a comer, mas quando olhou para eles novamente, descobriu que eles ainda não estavam comendo. Nem haviam estendido suas mãos para a comida. Ibrahim começou a temê-los e os temores de Ibrahim aumentaram. Os anjos, no entanto, estavam lendo seus pensamentos íntimos e um deles disse: “Não tema.” Ibrahim levantou a cabeça e respondeu: “Na verdade, eu estou com medo. Eu pedi para vocês comerem, mas vocês não estenderam as mãos para a comida. Vocês pretendem me fazer algum mal?”
Um dos anjos sorriu e disse: “Nós não comemos. Nós somos os anjos de Allah.” Um deles então se voltou para sua esposa e transmitiu as boas novas sobre Isaac (Ishaq).
Todo-Poderoso Allah revelou:
“E, com efeito, nossos Mensageiros chegaram a Abraão, com alvíssaras. Disseram: “Salam!” Paz! Disse: “Salam!” E não tardou em trazer-lhes um bezerro assado. E, quando ele viu que suas mãos não chegavam a ele, desconfiou deles e deles teve medo. Disseram: “Não te atemorizes; por certo, somos enviados ao povos de Lot.” E sua mulher estava de pé, então, riu-se. E alvissaramo-lhe o nascimento de Isaque e, depois de Isaque, Jacó. Ela disse: “Ai de mim! Darei à luz, enquanto estou velha e este meu marido é ancião? Por certo, isso é cousa admirável!” Disseram: “Admiras-te da ordem de Allah? Que a misericórdia de Allah e Suas bênçãos sejam sobre vós, ó família da casa de Abraão! Por certo, Ele é Louvável, Glorioso.” [Surah Hud, 11:69-73]
Fonte: Ibn Kathir, História dos Profetas
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