A crença nas escrituras reveladas por Deus é o terceiro artigo da fé islâmica.
Nós podemos identificar quatro razões principais para a revelação de escrituras:
- A escritura revelada a um profeta é um ponto de referência para aprender a religião e obrigações em relação a Deus e outros seres humanos. Deus Se revela e explica o propósito da criação humana através de escrituras reveladas.
- Ao se referir a elas, disputas e diferenças entre seus seguidores sobre questões de crença e prática religiosa ou sobre questões de prática social podem ser resolvidas.
- As escrituras mantém a religião protegida de corrupção e deterioração, pelo menos por algum tempo após a morte do profeta. No momento presente, o Alcorão revelado ao nosso Profeta Muhammad, que Deus o exalte, é a única escritura que permanece salva de corrupção.
- É a prova de Deus contra os seres humanos. Eles não podem se opor a ela ou superá-la.
Um muçulmano acredita firmemente que livros divinamente revelados foram de fato revelados pelo Deus Misericordioso a Seus profetas para orientar a humanidade. O Alcorão não é a única Palavra de Deus, mas Deus também falou aos profetas antes do Profeta Muhammad.
“…e a Moisés Deus falou diretamente.” (Alcorão 4:164)
Deus descreve verdadeiros crentes como aqueles que:
“…acreditam no que foi enviado a ti [Muhammad] e no que foi enviado antes de ti.” (Alcorão 2:4)
A mensagem central e mais importante de todas as escrituras foi adorar a Deus e a Deus somente.
“E Nós não enviamos nenhum Mensageiro antes de ti sem que lhe revelássemos: ‘ninguém tem o direito de ser adorado exceto Eu, então adorai-Me.'” (Alcorão 21:25)
O Islam é mais inclusivo nas revelações sagradas que valida do que qualquer outra religião celestial na sua forma presente.
Os muçulmanos sustentam e respeitam as seguintes escrituras:
- O próprio Alcorão, revelado ao Profeta Muhammad.
- O Torá (Tawrah em árabe) revelado ao Profeta Moisés (diferente do Velho Testamento lido hoje).
- O Evangelho (Injeel em árabe) revelado ao Profeta Jesus (diferente do Novo Testamento lido nas igrejas hoje).
- Os Salmos (Zaboor em árabe) de Davi.
- Os Manuscritos (Suhuf em árabe) de Moisés e Abraão.
Terceiro, os muçulmanos acreditam no que quer que seja verdadeiro nelas e não tenha sido alterado ou deliberadamente interpretado de forma errônea.
Quarto, o Islam afirma que Deus revelou o Alcorão como um testemunho das escrituras anteriores e como confirmação delas, porque Ele diz:
“E Nós enviamos a ti [Ó Muhammad] o Livro [o Alcorão] em verdade, para confirmar as escrituras que vieram antes dele e para prevalecer sobre elas.” (Alcorão 5:48)
Isso significa que o Alcorão afirma o que é verdadeiro nas escrituras anteriores e rejeita as alterações e mudanças que as mãos humanas fizeram a elas.
Escrituras Originais e a Bíblia
Nós devemos distingüir entre dois assuntos: o Torá, Evangelho, e Salmosoriginais e a Bíblia atual. Os originais foram revelação de Deus, mas a Bíbliaatual não contém a escritura original exata.
Nenhuma escritura divina, com exceção do Alcorão, existe hoje na língua original na qual foi revelada. A Bíblia não foi revelada em inglês. Livros diferentes da Bíblia atual são, no máximo, traduções de terceira mão e existem diferentes versões. Essas traduções múltiplas foram feitas por pessoas cujo conhecimento, qualificação ou honestidade não são conhecidos. Como resultado, algumas bíblias são maiores que outras e contém contradições e inconsistências internas! Não existem originais. O Alcorão, por outro lado, é a única escritura que existe hoje em sua língua e palavras originais. Nem uma letra do Alcorão foi mudada desde a sua revelação. É consistente internamente sem nenhuma contradição. Está hoje como foi revelado há 1.400 anos atrás, transmitido por uma tradição sólida como rocha de memorização e escrita. Ao contrário de outros textos sagrados, o Alcorão inteiro foi memorizado por quase todos os eruditos islâmicos e centenas de milhares de muçulmanos comuns, geração após geração!
As escrituras anteriores consistem essencialmente de:
(i) Estórias da criação do homem e nações anteriores, profecias do que seriam sinais anteriores ao Dia do Juízo, aparecimento de novos profetas e outras notícias.
As estórias, profecias e notícias na Bíblia lida nas igrejas e sinagogas hoje são parcialmente verdadeiras e parcialmente falsas. Esses livros consistem de alguns fragmentos traduzidos da escritura original revelada por Deus, palavras de alguns profetas, misturadas com explicações de eruditos, erros de escribas, e inserções e deleções completamente maliciosas. O Alcorão, a escritura final e confiável, nos ajuda a separar fato de ficção. Para um muçulmano, é o critério para julgar a verdade da falsidade nessas estórias. Por exemplo, a Bíblia ainda contém algumas passagens claras apontando para a unicidade de Deus.[1] Também são encontradas na Bíblia algumas profecias referentes ao Profeta Muhammad.[2] Ainda assim, existem passagens, até mesmo livros inteiros, quase inteiramente reconhecidos como fraudes e trabalho de homens.[3]
(ii) Lei e normas, o permitido e proibido, como a Lei de Moisés.
Se nós supuséssemos que a lei, o que é permitido e o proibido, contido nos livros anteriores não sofreu corrupção, o Alcorão ainda assim ab-roga essas normas, ele cancela a lei antiga que era adequada para sua época e não é mais aplicável hoje. Por exemplo, as antigas leis pertencentes a dieta, oração ritual, jejum, herança, casamento e divórcio foram canceladas (ou, em muitos casos, reafirmadas) pela Lei Islâmica.
O Alcorão Sagrado
O Alcorão é diferente das outras escrituras nos seguintes aspectos:
- O Alcorão é miraculoso e inimitável. Nada semelhante a ele pode ser produzido pelos seres humanos.
- Depois do Alcorão, escrituras não serão mais reveladas por Deus. Assim como o Profeta Muhammad é o último profeta, o Alcorão é a última escritura.
- Deus Se encarregou de proteger o Alcorão de alteração, para salvaguardá-lo da corrupção, e preservá-lo de distorção. Por outro lado, as escrituras anteriores sofreram alteração e distorção e não permanecem em sua forma revelada original.
- O Alcorão, por um lado, confirma as escrituras anteriores e, por outro, é uma evidência que prevalece sobre elas.
- O Alcorão as ab-roga, o que significa que ele cancela as normas das escrituras anteriores e as torna inaplicáveis. A Lei das antigas escrituras não é mais aplicável; as normas anteriores foram ab-rogadas com a nova Lei do Islam.
Notas de Rodapé:
[1] Por exemplo, a declaração de Moisés: “Ouça Ó Israel; O Senhor nosso Deus é o único Senhor.” (Deuteronômio 6:4) e o pronunciamento de Jesus: “…O primeiro de todos os mandamentos é, Ouça, Ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” (Marcos 12:29).
[2] Refira-se a (Deuteronômio 18:18), (Deuteronômio 33:1-2), (Isaías 28:11), (Isaías 42:1-13), (Habacuc 3:3), (João 16:13), (João 1:19-21), (Mateus 21:42-43), e mais.
[3] Como exemplo, refira-se aos livros apócrifos.
Fonte: IslamReligion